segunda-feira, dezembro 23, 2002

Terça 17.12.2002

Ai.... que raiva! Eu já tinha escrito um monte de coisa no dia de hoje, numa hora em que estava a fim e agora, séculos depois, vou ter que escrever de novo, sem vontade e sem muitas lembranças. O que “cura” é saber que o dia foi legal. ...

Fui me arrumando e deixando tudo para última hora. Começou a cair uma chuvinha q não foi muita mas sempre preocupa bastante.
Meu pai me deu uma carona que deveria ser prática, pois eu já estava saindo de casa. Mas ele, ainda que eu insistisse que não, acabou me levando em casa de novo p/ eu trocar o livro errado que estava levando para o curso. Depois, me deixou no ponto do CTUR. Lá ficando, posso afirmar q Suzete ficou no meu ponto cego pois só fui vê-la (e ela estava num lugar muito visível) quando já quase tropeçara nela. Ela falou que eu parecia uma egípcia. Eu achei lindo!!
Claro que o Egito não é só nobreza mas foi exatamente por esse lado q pensei mais. A beleza que imagino nas pinturas e nos ornamentos também são interessantes. Curioso como a gente (ou só eu) sempre pensa na rainha e depois nos súditos. Espero que isso só indique que quero prosperidade na vida e não falta de humildade.
Suzete também disse que eu tinha todo o jeito da minha mãe. Isso, a meu ver, era um elogio pois eu aprecio o jeitinho da minha mãe e achava muito curioso eu, com a minha naturalidade, lembrar ela. Mas, depois, já no bus, fiquei um pouco confusa e pensei, não só hoje mas hoje ainda mais, se eu não estava, em algum ponto inconsciente, querendo adotar mais do que muitas regras dela de boa convivência e se estava confundindo as nossas pessoas. A conclusão foi que eu deveria prestar mais atenção pois isso não estava acontecendo mas também não era impossível de acontecer. Vi que realmente penso por mim e lembrei, por exemplo, de todas as vezes que não fui pedir conselho à minha mãe por ver que isso acabaria levando, praticamente, ela a tomar decisões por mim. À noite comecei essa conversa com ela... e o resultado me assustou um pouco antes de chegar a bonança. Mas deixe-me descrever a tarde primeiro...

À tarde, eu fui para o curso de espanhol. Lá chegando, encontrei o Léo mas disse pra ele que primeiro eu tinha que fazer uma lição de espanhol para depois ser liberada para a prova oral que faria hoje e depois poríamos as fofocas em dia. Consegui fazer tudo e fui liberada. Ao chegar a porta da sala onde faria a prova, ainda encontrei Castelo, que me tirou no amigo oculto, e ele me perguntou se eu tinha gostado do presente que o amigo dele comprou para mim e eu disse que estava tudo bem.

Fui bem na prova apesar de me esquecer como era “chapéu” em espanhol!! É “sombrero”, igualzinho em português, mas eu estava nervosa pela falta de responsabilidade com o estudo. Mas lembrei a tempo, quando já recolhia minhas coisas para ir embora.
Quando finalmente eu e Léo nos reencontramos, fomos andando na chuva, revezando o guarda-chuva e conversando, até que tomássemos um rumo. O primeiro destino foi a casa da Francine. Eu tinha deixado a carteira dela de identidade com ele porque era mais fácil para ele, morador de Campo Grande, entregar do que pra mim, que moro em Serô. Por ironia do destino, fomos hoje, nós 2 juntos entregar na casa dela (tudo ao contrário!). Ela foi legal mas logo fomos embora pois ainda tinha que comprar o livro (O Conde de Monte Cristo) da minha irmã (procuramos em 2 lugares e não achamos). Foi bom conversar com ele. Ele falando dele e tal, o jogo parecia estar sendo deixado bem ( = suficiente) aberto realmente. É satisfatório quando você vê que chegou nesse ponto com alguém. Eu e Léo só nos separamos ao chegar na rodoviária.
Num tempo de chuva, só eu vermelhinha “de sol” pela rua!!!hahaha.... o povo tem direito de não entender nada!! Que calor!!

Já em casa, bem mais tarde.... perguntei pra minha mãe se ela me achava tão parecida, em jeito, com ela e ela falou que se preocupava um pouco com isso. Falou que outras pessoas da nossa família afirmavam pra ela que eu era muito “ela” e que isso podia me fazer mal. Que pena!! Não me conhecem... mas, pra tirar os resquícios de dúvida (porque tem coisa que fazemos e não percebemos), chamei minha irmã e falei algo parecido com “se ela concordar, eu vou ter que estudar muito qualquer coisa que faça existir alguém que seja só eu” porque eu não noto que tenho tanto o jeito da minha mãe. Isso faria de mim alguém sem personalidade. Mas minha irmã disse que não, que eram só algumas coisas e isso é perfeitamente normal. Foi um alívio. A conversa se estendeu mais mas era só isso que eu queria escrever... Eu penso, logo existo!

Nunca parece que vou conseguir fazer de novo mas sempre que tenho que escrever algo por uma segunda vez, sai melhor do que a primeira. Agora que já está tudo refeito, é até melhor que tenha se perdido antes (embora eu nunca admitisse enquanto a folha estivesse em branco).

SuNamastê
Xa Ta Zac Xa Ta Amac

Sem comentários: