sexta-feira, novembro 30, 2012

Da amizade a conveniência: FIM

Tenho q aproveitar esse momento afinal, ele foi mt esperado! rs

Se me tacham de possessiva por ter regras acho mt conveniente! Daí vemos q as pessoas não são tão boas assim! Pela mesma lógica tacho d consumista: por ficar com qualquer um, não importando por que ou por quem! Já viveu alguma relação sem regras? Eu também não! Por que julgar o outro errado, querer fazer descer guela abaixo uma lógic
a q claramente tá mt esclarecida a discordância HÁ MT TEMPO? Eu prestei mt atenção! Há ESCOLHAS! Não se pode ter tudo! A felicidade tb gera dor! Espero só q tenha valido a pena!

O mais curioso: só discutir o problema DEPOIS q ele já aconteceu sendo q não faltou oportunidade! Eu prevejo o futuro! Rs Afinal, era amizade, né? Flagrante! Aí tudo se perdeu... aí e só aí!

Não desgaste a palavra amor! Isso não é amizade! É uma má escolha! As pessoas podem ser fodas por muitos motivos mas... não são! Caráter! É disso q se trata! De uma FORMA DE FAZER e não só uma DIVERGÊNCIA de opinião! A vida é feita de impasses...

Eu olho nos olhos e este é o princípio antes do fim! Ning me intimida! Eu mostro a q vim e porque venho o tempo todo! Queria só me surpreender.... mas enfim... algumas pessoas são só assim! Espero q elas estejam mais felizes do q eu. Aqui é só tristeza!
 
A vida é perfeita d impasses.

Dói mais perder um amigo

Sempre dói mais perder um amigo do q um namorado! Amigos são pra sempre, namorados não!

Amor no tempo

Amor no tempo


... eu jamais diria q eu a amo, mas era esse o caminho q eu queria fazer. Então, d certa forma, era amor. Era um tipo d amor.
Era um amor q viria a ser!

A intenção d amar tb é amor, mas tachar d amor só com merecimento. Só sabendo onde se está pisando. Só com lealdade.

A mentira dos idealistas ou a falsa revolução do espírito

A mentira dos idealistas ou a falsa revolução do espírito




Não vou viver uma mentira por um ideal! Há duas questões máximas. Uma consiste em: achar algo certo nem sempre é poder fazer aquilo! Não vivemos só... ou estamos sempre sós?

Outra é: nem sempre se é capaz d viver o q se acha certo. Ou ainda, nem sempre se é capaz de aceitar certas questões por um limite q ultrapassa o intelectual! Por um

a questão d sanidade, então, respeita-se os limites. Por amor tb. Para não peder tb. Não queremos desintegrar corações, queremos cooperá-los!

Os ideais devem ser verdadeiros! Pelo menos pra nós q o temos e nos reconstruimos em prol dele!

Eu não posso fazer algo q acharia melhor se eu não sou capaz d viver e sentir aquilo! A nossa verdade nem sempre é real!

A noção d sinceridade OPONHO a associação da ideia d sinceridade mais a ideia da crueldade (contrução do paradoxo): de nada tb vale uma verdade cruel q ao invés d atuar nas construções só FOGE delas.

Não a falsa revolução do espírito! Sou só quem eu posso ser. Os meus são capazes d conviver com isso amorosamente.
A nossa verdade nem sempre é real!
 
SuN

O Amor e a Política

O Amor e a Política


O amor é uma forma de aprender sobre a ética da coletividade na sua dimensão (ou condição) mais difícil: a passional!

O quanto se é capaz d abrir mão para estar junto? Descobrimento d impasses e limites ou esperar pelo conflito?

Alessandra Rotenberg - Pescador

Pescador

"Noite.
Um pescador passa recolhendo as horas.
Desfaz a trama de sua rede de pesca,
lançado na tarefa quase infinita
de desfiar o mar em seus fios de água.

Madrugada.
Um pescador passa recolhendo as lanternas.
Desfaz o pontilhado de luz na água,
lançado na tarefa quase eterna
de desfiar a noite em fiapos de sombra.

Amanhecer.
Um pescador passa recolhendo as estrelas.
Desfaz o traçado invisível das linhas,
lançado na tarefa quase sem fim
de desfiar o céu em seus traços de cor."

Mais uma querida poetiza na minha vida: Alessandra Rotenberg!

terça-feira, novembro 27, 2012

Galeano - Não adianta fazer nada? De onde vem as respostas?

Não adianta fazer nada? De onde vem as respostas?

"Os JOVENS multiplicam-se, levantam-se, escutam: O QUE LHES OFERECE A VOZ DO SISTEMA? O sistema fala uma linguagem surrealista: 
- propõe evitar os nascimentos nestas terras vazias; 
- diz que faltam capitais em países onde estes sobram, mas são desperdiçados;
- chama de ajuda a ortopedia deformante dos empréstimos e à drenagem de riquezas que os 
investimentos estrangeiros provocam;
- convoca os latifundiários a realizarem a reforma agrária, e a oligarquia para pôr em prática a justiça social.

A LUTA DE CLASSES não existe - decreta-se -, mais que por culpa dos agentes forâneos que a fomentam; em troca existem as classes sociais, e se chama a opressão de umas por outras de estilo ocidental de vida. As expedições criminosas dos marines têm por objetivo restabelecer a ORDEM e a PAZ SOCIAL, e as ditaduras fiéis a Washington fundam nos cárceres o ESTADO DE DIREITO, proíbem as greves e aniquilam os sindicatos para proteger a LIBERDADE de trabalho.

Tudo nos é proibido, a não ser cruzarmos os braços? A POBREZA não está escrita nos astros; o SUBDESENVOLVIMENTO não é fruto de um obscuro desígnio de Deus. As CLASSES DOMINANTES põem as barbas de molho, e ao mesmo tempo anunciam o inferno para todos. De certo modo, a DIREITA TEM RAZÃO quando se identifica com a TRANQUILIDADE e a ORDEM;
- é a ordem, de fato, da cotidiana humilhação das maiorias, mas ordem em última análise;
- a tranqüilidade de que a injustiça continue sendo injusta e a fome faminta.

Se o futuro se transforma numa caixa de surpresas, o conservador grita, com toda razão: “Traíram-me.” E os ideólogos da impotência, os escravos, que olham a si mesmos com os olhos do dono, não demoram a escutar seus clamores."

Veias Abertas da América Latina - Eduardo Galeano


Viracocha, o deus bissexual dos Incas

"Também branco e barbudo era Viracocha, o deus bissexual dos Incas."

Veias Abertas da América Latina - Eduardo Galeano

https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh5DwlkBpWHnAFNy2ktF4DUaxDBcPqCG1tH9u3sTAHiDNH9afcIp8tnWN38o4_QeYQLI_kVH7PTZ3OsSOXKP96ecerPH4xRa8mo3VK74vAXp3HT-Cd5SUfrGk3y9jq6sa6v3J18Pg/s1600/viracocha_01.jpg


Te parece uma mitologia?

Por quê? Por ser a crença de outro ou por ser a crença de um ultrapassado?

Imagine a cena: os espanhóis chegam ao Peru... se você tivesse nascido dentre os incas duvidaria de sua crença?

Quem crê sabe da verdade através da fé, como qualquer deus pode merecer dúvidas?

Escolhemos crer ou cremos sem saber? Depois de saber escolhemos crer, não?





Por que a pobreza?

Por que a pobreza?

"Hoje existe um tipo de pobreza q é muito diferente do passado. Toda pobreza de hoje seria muito mais fácil de se evitar. A metade mais pobre da humanidade detém menos de 3% do PIB global. Então, pode-se ver q a pobreza poderia ser evitada se a ordem mundial fosse reorganizada de forma que a parcela mais pobre detivesse, por exemplo, 5%. Já eliminaria os índices de pobreza abso
luta.

A receita que os países pobres perdem para os ricos é estimada em um bilhão de dólares e é um valor entre 8 e 10 vezes maior do que a ajuda oficial para o desenvolvimento que esses países recebem. Uma reforma nesse sistema ajudaria mais a evitar a pobreza do que essa ajuda recebida. A situação precisa mudar em Washington, Genebra, nas grandes capitais do mundo.

E aqueles que tem mais motivos para lutar por mudanças, quando chegam as cidades são incorporados pelo sistema."

Thomas Pogge - filósofo - Programa "Por que a pobreza?" - Canal Futura


Nem todos gostam d moi, mé....

Não sou uma pessoa q todo mundo gosta, mas quem gosta, gosta mesmo! :)

Tryo - L'hymne de nos campagnes


‎"... Assieds-toi près d'une rivière
Ecoute le coulis de l'eau sur la terre
Dis-toi qu'au bout, hé ! il y a la mer
Et que ça, ça n'a rien d'éphémère..."


http://www.youtube.com/watch?v=srb0lAK5wbA&feature=youtube_gdata_player

...tão finitos e mesmo assim há tanto...

Somos tão finitos e mesmo assim há tanto o q viver! Há tanto para amar e entender ainda q com saudade!

Matisyahu - Sunshine

" Soothe the soul of the land
Mend the heart from the sea and the sand
Until the sun comes up again"

http://www.youtube.com/watch?v=QPuU-iTIFoI


Saca só a pinta do cara!

Marina Abramovic

Marina Abramovic

http://www1.folha.uol.com.br/serafina/1066416-exposicao-de-marina-abramovic-conta-com-pedras-preciosas-do-brasil.shtml

'Acabou'. Mas...

"A gente podia dar um telefonema e falar: 'Acabou'. Mas fizemos uma longa caminhada. As pessoas dedicam muito tempo para construir uma relação e nenhum para terminá-la." 

Marina Abramovic

Eu não vivo no passado, o passado vive em mim

"Meu tempo é hoje, eu não vivo no passado, o passado vive em mim"

"Eu sou assim..."

http://www.youtube.com/watch?v=RvkG5iDxU4s&feature=related

" Contra a injustiça, em defesa do Rio"


" Contra a injustiça, em defesa do Rio"
Então tá, vamos falar de INJUSTIÇA.
INJUSTIÇA é vocês, "governantes(?)", aumentarem o preço da passagem com esse transporte público de merda , com essa máfia que rola por trás do Município/governo-f
etranspor. INJUSTIÇA é vocês darem de "mão beijada" o estádio do maracanã para o amiguinho de vocês que banca as viagens e empresta jatinho para o rolé de vocês e os amigos da trupe do guardanapo. INJUSTIÇA é demolir uma escola pública( povo ignorante= fantoches do futuro) e tirar o museu do índio, demolir algo com valor cultural inestimável, simbolo e patrimônio da nossa história para construir um estacionamento de merda para encher o bolso dos amigos empresários. INJUSTIÇA é aumentar o IPTU. INJUSTIÇA é o povo pagar tantos impostos e ter precariamente saúde,educação, segurança e vários outros serviços de total responsabilidade de vocês, "governantes". INJUSTIÇA é vocês colocarem seus fantoches( guarda municipal, PM e etc) para jogar spray de pimenta , dar porrada em MANIFESTANTES ( isso na foto não é protesto, é apenas um circo, um carnaval fora de época para o "zé povinho" que inclusive reelegeram o 'paespalho') quando saem para protestar sobre algo que realmente é importante para o povo, e não essa palhaçada que está acontecendo no centro do Rio de Janeiro. INJUSTIÇAS acontecem à todo momento, em esquinas, becos ,vielas... nas calçadas, ruas e avenidas.Esse é o cotidiano do povo Brasileiro.
Então não venha com esse papo de injustiça com o RJ(Royalties pra quem ?),sem blá,blá,blá...Não se iluda com essas famosas defecações mentais amplificadas( vulgo discurso politico).

VETA, POVÃO!! CONTRA AS INJUSTIÇAS DO DIA A DIA!!

domingo, novembro 25, 2012

Infinito

Conhecer pessoas torna o mundo infinito.

sábado, novembro 24, 2012

Ainda sou pássaro...

Ainda sou pássaro...


Ana Sarah Gomes:
"Os pássaros ainda me fazem sentido, mas os sinto livres de mais agora. Agora os vejo mais acelerados, mais contentes.. Antes eu apenas era como os pássaros. Antes, o vento não me fazia cair, e nem arrancava minhas fol

has.. O vento me impulsionava.
Antes, a chuva não pesava minhas asas, hoje ele as arranca.
Antes, o medo de alçar voo não me impedia de tirar os pés do chão.. Hoje ele me põe pra dentro dos ninhos.
Hoje, as coisas não mudaram, somente eu.. É preciso ter o novo, mas com as mesmas forças.

Eu ainda sou pássaro, ainda sou vento, ainda sou Ana. "



Ana Sarah Gomes:
"Eu ainda penso nos pássaros, mas agora os vejo com outros modos.. Acho que amadureci, entendi que os pássaros bonitos estão nas gaiolas, mas ainda cantam quando o dia nasce. Sempre associei pássaros à liberdade, mas fora das gaiolas.. Mas depois entendi que liberdade é um pássaro voando com gaiola e tudo."



SuN:
MAs o pássaro não nasceu da gaiola e nem dormiria dentro dentro dela... Não houve nem o trabalho do ninho e prender um filhote parece ser suficiente pra manter aquela vida viva em outro lugar longe do céu (esse acontecimento q se dá quando tiramos os pés da terra! O céu é perto! Num salto ele logo começa! Iamgine voar... imagine não voar...)
Quem somos pássaros? O q construímos e o q realmente serve pra nós? Podemos gostar d coisas q não nos fazem feliz... Dentro d uma gaiola o vento não t impulsiona, ele t empurra... Alguns pássaros caem do ninho cedo demais, mas são feitos pra voar! Em alguma medida o sentido da vida é claro no nosso corpo?
Como querer bem a chuva se esquecerem sua gaiola nela? Não sei o q os pássaros pensam mas se eu pensasse como um pássaro...
Só q humano vejo uma vida muito mais indefinida. Onde estará o meu instinto? O q é meu ninho? Meus filhotes duram mt mais... Invejo o canto do pássaro e penso q talvez ele não precise da felicidade e possa viver comigo, a partir d como posso amá-lo. Não seria a natureza dele mais simples e ele mais feliz, na verdade, sem o q tenho pra dar? Não poderia eu ser mais feliz como um pássaro livrando-os nos trãnsitos do céu? Inventei a simplicidade dele pra me consolar? Não...desinventei a riqueza porque esta ideia não me acrescenta nada.
Olho pra dentro d mim: julgo meu corpo errado por que não tenho asas pra alcançar meus "quereres e estares sempre afim"? Sou outro animal... quais sonhos servem pra mim?

Animal d outras simplicidades q inventou a escrita, lê, leio e encontro outros sentidos:

"Os pés esguichados denunciam o medo
De que o prazer fuja
Entre os dedos

O melhor do teu cheiro
É essa vontade que ele deixa
De te seguir
Pelas ruas

Me deixa ficar assim
Feito barro
Feito sujo
Terra, imundo
Debaixo de tuas unhas

Três garrafas de vinho depois
E correria
De Copacabana ao Leblon
Só para te levar umas flores
Amarelas

E fez do caos
E da agonia dela
O seu pequeno sossego

Ps.:
Quando vier não esqueça
De trazer junto a você
O cigarro blend
Que eu gosto

Viver
É só esse amontoado
De quase morte

Para não haver malentendido
Te chamarei de ninho
Pois é só onde encontro paz
Apesar dos gravetos"

Rodrigo Alevino

E no final da poesia posso até virar gato q, livre do destino felino, não preciso comer passarinhos!

terça-feira, novembro 20, 2012

Frase a fase d viver junto destinados ao sonho

Não morra por quem está morrendo. Vivam juntos.




E como se chamarão seus sonhos? Destino!

Frases mias!


segunda-feira, novembro 19, 2012

Por isso q sempre durmo tarde demais

.. acho q é por isso q eu nunca vou dormir cedo. Dormir parece q encerra as possibilidades daquele dia e eu sempre acho q as possibilidades são infinitas até q vai ficando tarde, o dia vai acabando e a gente tem q admitir q perdeu mais uma oportunidade! rs

Parar d esperar, descansar, acordar, acontecer...

O paradoxo da arte crítica

A arte é fundamental. 
Torna o mundo suportável e as coisas comunicáveis em seu paradoxo mesmo: a beleza pra representar o horror, a leveza pra falar dos medos e das providencias...

domingo, novembro 18, 2012

Loucura como autoafirmação

Pessoas normais tirando onda d loucas... Os loucos não tiram onda para se autoafirmar, pq sua loucura é aparente e normal.

domingo, novembro 11, 2012

Ney - Mas ela ao mesmo tempo diz que tudo vai mudar

‎"Uma mulher, uma beleza que me aconteceu
.
Me falou que o mal é bom e o bem cruel

.
Ela me conta sem certeza tudo o que viveu
Que gostava de política em mil novecentos e sessenta e seis
E hoje dança no Frenetic Dancin' Days

.
Mas ela ao mesmo tempo diz que tudo vai mudar
Porque ela vai ser o que quis inventando um lugar
Onde a gente e a natureza feliz, vivam sempre em comunhão

.
As garras da felina me marcaram o coração
Mas as besteiras de menina que ela disse não"





(Tigresa - Ney Matogrosso)

Calcanhoto: por onde estará seu pensamento

Não sai da minha cabeça...

"...A uma hora dessas
por onde estará seu pensamento
Dará voltas na Terra
ou no estacionamento?

Onde longe Londres Lisboa
ou na minha cama?

A uma hora dessas
por onde vagará seu pensamento
Terá os pés na areia
em pleno apartamento?

A uma hora dessas
por onde passará seu pensamento
Por dentro da minha saia
ou pelo firmamento?

Onde longe Leme Luanda
ou na minha cama?"

Pensamento Calcanhoto! rs Não sai...

Kaiowás e perversidades do senso comum

O Mais resumido:

> O q te dá direitos? Existir!
- “mas, afinal, para que servem os índios?” 
- “não sei; mas e você, pra que serve?”

> Índio é menos índio pq vai a escola?

> Subestimamos os índios
"até a Constituição de 1988 pelo menos, tratados como equivalentes a crianças, (...) os códigos jurídicos, [são] fechados à possibilidade do direito à diferença,

> Enfim, a estratégia retórica é clara: quem não contribui com o agronegócio e demais formas de produção capitalista em grande escala - (... tipo) usos não predatórios da terra – não contribui com a economia nacional. Em uma palavra: só serve para atrapalhar.

> Os índios resistem à ideia de que o centro do mundo passe a residir em outro lugar – em Brasília, por exemplo.

> Alienação pelo Estado:
[marginalizar é] , exatamente, que o Estado faz conosco.(...) somos ensinados (...) que as coisas realmente importantes acontecem em algum outro lugar, e que são muito complexas, e que por isso mesmo há alguém mais capacitado cuidando disso tudo, para que possamos viver nossas vidas em paz.

> Ação pela homogeinização:
O Estado brasileiro é incapaz de reconhecer valor nas diferenças, justamente porque a homogeneização coletiva é condição de existência do próprio Estado. Frequentemente é evocada a noção de atentado à soberania nacional quando o tema das diferenças é trazido ao centro da arena.

> Conclusão:
Manifestemo-nos hoje, enfaticamente, em defesa dos Guarani Kaiowá. (...) Como forma de protesto contra um Estado centralizador e autoritário. Como declaração de que não queremos juiz, médico, político ou professor nos dizendo como devemos viver nossas vidas. Essa função está reservada para os poetas – índios e não-índios, brancos e não-brancos."





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Resumo Maior do texto:

"- “mas, afinal, para que servem os índios?”
- “não sei; mas e você, pra que serve?”
(...)
Por que é tão difícil aceitar a ideia de que quando o índio diz querer escola, ele não está fazendo nenhuma declaração sobre a sua identidade [ser ou não ser índio]? Porque, dentre muitas outras coisas, identidade é paranoia de não-índio, (...) é muito incômodo conviver com alguém que não compartilha nossas paranoias.
(...)
somos levados a ver os índios como pessoas “incompletas” (...) até a Constituição de 1988 pelo menos, tratados como equivalentes a crianças,
(...) O problema estava (e está) nos códigos jurídicos, fechados à possibilidade do direito à diferença, e não nos índios, que não são mais nem menos capazes que os não-índios, mas apenas diferentes em suas capacidades.
(...)
 Enfim, a estratégia retórica é clara: quem não contribui com o agronegócio e demais formas de produção capitalista em grande escala – no caso, os índios e todos os demais grupos de alguma forma ligados a usos não predatórios da terra – não contribui com a economia nacional. Em uma palavra: só serve para atrapalhar.
(...) Há uma diferença fundamental entre a experiência de mundo dos índios e dos não-índios brasileiros, e isso está ligado ao “lugar” onde se encontram as coisas verdadeiramente importantes.
(...) Os índios resistem à ideia de que o centro do mundo passe a residir em outro lugar – em Brasília, por exemplo.
(...)O que a imensa maioria de nós, urbanitas ocidentalóides, não percebemos é que é isso, exatamente, que o Estado faz conosco. Assistimos à política e às outras formas de organização do nosso mundo – justiça, administração pública, economia – na qualidade de espectadores. Irritados, confusos, insatisfeitos, mas quintessencialmente espectadores.
(...) somos ensinados (...) que as coisas realmente importantes acontecem em algum outro lugar, e que são muito complexas, e que por isso mesmo há alguém mais capacitado cuidando disso tudo, para que possamos viver nossas vidas em paz.
(...)O Estado brasileiro é incapaz de reconhecer valor nas diferenças, justamente porque a homogeneização coletiva é condição de existência do próprio Estado. Frequentemente é evocada a noção de atentado à soberania nacional quando o tema das diferenças é trazido ao centro da arena.
(...)Manifestemo-nos hoje, enfaticamente, em defesa dos Guarani Kaiowá. Como forma de materializar nosso apreço pela liberdade e pelo direito à diferença. Como forma de protesto contra um Estado centralizador e autoritário. Como declaração de que não queremos juiz, médico, político ou professor nos dizendo como devemos viver nossas vidas. Essa função está reservada para os poetas – índios e não-índios, brancos e não-brancos."

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Texto na íntegra:


Kaiowás e perversidades do senso comum


Renzo Taddei
Colunista do Canal Ibase
Nas últimas semanas recebi uma quantidade impressionante de solicitações, via redes sociais e e-mail, para manifestar meu apoio à causa dos Guarani Kaiowá do Mato Grosso do Sul. Não me lembro, em minha experiência com redes sociais, de ter visto mobilização desse porte. Há pouco mais de uma semana, saiu decisão judicial a favor dos indígenas – ou, para colocar em termos mais precisos, revogando a reintegração de posse da área onde estão. Como atentou gente mais próxima ao movimento indígena, isso por si só não garante quase nada, apenas que violências maiores não sejam cometidas no curto prazo. De qualquer forma, não tive muito tempo para me alegrar com o que parecia uma vitória do potencial de mobilização descentralizada da sociedade civil: ao comentar a questão com um amigo, no Rio de Janeiro, recebi como resposta a pergunta, maliciosamente feita de forma a combinar ironia e seriedade em proporções iguais: “mas, afinal, para que servem os índios?” Desconcertado, não consegui articular nada, apenas retruquei: “não sei; mas e você, pra que serve?”
Não pude deixar de pensar no assunto nos dias que se seguiram. Mas, no caso, o assunto deixou de ser exatamente a situação dos Guarani Kaiowá, ou das especificidades de conflitos entre índios e não-índios, e passou a ser a situação de certa configuração de ideias do senso comum da população urbana – ou pelo menos das coletividades nas quais me insiro, no Rio de Janeiro e em São Paulo – sobre os índios, em primeira instância, e sobre aqueles que são irredutivelmente diferentes, em última. Obviamente esse é assunto complexo, e vou me limitar a apenas pontuar alguns temas que, creio, são importantes para iluminar o contexto no qual notícias sobre os conflitos envolvendo indígenas ganham significados, para a grande parcela da população brasileira que inevitavelmente participa disso tudo na posição de meros espectadores.
Sobre a natureza dos índios e não-índios
Certa vez, em uma aula de antropologia, na Escola de Comunicação da UFRJ, usei um exemplo hipotético de jovem índio que vinha à universidade estudar medicina. “Aí ele deixa de ser índio”, alguém disse. Na discussão que se seguiu, a opinião prevalecente era de que as expressões “índio urbano” e “índio médico”, usadas por mim, eram contradições em termos. Eu perguntei, então, se o fato de eu ser descendente de italianos, o que me dá, segundo a legislação italiana, o direito de “virar italiano”, faz com que eu deixe de ser alguma coisa – brasileiro, por exemplo. Confusão nas fisionomias. Por que eu posso virar italiano sem deixar de ser brasileiro, e ninguém vê problema nisso, e o índio não pode “virar” urbano sem deixar de ser índio? Concluímos – com vários autores estudiosos das populações indígenas – que, sem que as pessoas se deem conta, nós, urbanos, ocidentalóides, nos entendemos na maior parte do tempo como seres “culturais”, tendo algum controle sobre nossas identidades, portanto; enquanto isso, percebemos a essência indígena (se é que isso existe) como algo “natural”, sobre a qual eles não têm, nem podem ter, controle algum.
Nada mais natural, então, que pensar que lugar de índio é na floresta, e que índio tem que ser preservado, como se fosse parte da biodiversidade. Ou então índio deixa de ser índio e vira não-índio, arranja emprego, compra casa, toca a vida na cidade – se desnaturaliza. O problema é o índio que quer morar na cidade, ser médico, talvez, sem abandonar suas formas indígenas de entender o mundo e vida. Ou o índio que quer câmeras fotográficas, antibióticos, televisores, antenas parabólicas e escolas, mas não quer abrir mão da sua forma não-ocidental, e portanto não capitalista, de entender sua relação com a terra, por exemplo. Ou não quer abrir mão de sua forma não-ocidental, e portanto não marcada por um reducionismo materialista esvaziado e irresponsável, de relação com câmeras fotográficas, antibióticos, televisores, antenas parabólicas e escolas (é parte do senso comum que o que essas coisas são para mim são também para todos que delas fazem uso, o que não é verdade sequer para gente do mesmo grupo social). A questão se apresenta de forma pervasiva até entre gente politicamente progressista: na Cúpula dos Povos da Rio+20, uma grande amiga, ativista, me confidenciou ter ficado espantada ao ouvir de lideranças indígenas que eles gostariam de ter energia elétrica, saneamento, escolas. Eram afirmações que contrariavam suas expectativas “romanceadas”, nas suas próprias palavras, a respeito dos índios.
Por que é tão difícil aceitar a ideia de que quando o índio diz querer escola, ele não está fazendo nenhuma declaração sobre a sua identidade? Porque, dentre muitas outras coisas, identidade é paranoia de não-índio, mas não (necessariamente) paranoia de índio. Aqui começamos a chegar a algum lugar: é muito incômodo conviver com alguém que não compartilha nossas paranoias.
Uma das decorrências perversas desse estado de coisas é a forma como somos levados a ver os índios como pessoas “incompletas”, como sendo “menos” que os não-índios. Não é à toa que, juridicamente, os índios foram ao longo do século 20, até a Constituição de 1988 pelo menos, tratados como equivalentes a crianças, ou seja, como seres incapazes e que demandavam tratamento jurídico diferenciado, justamente em função dessa incapacidade. O problema estava (e está) nos códigos jurídicos, fechados à possibilidade do direito à diferença, e não nos índios, que não são mais nem menos capazes que os não-índios, mas apenas diferentes em suas capacidades. A mudança constitucional de 1988, como a própria questão dos Guarani Kaiowá demostra, ocorreu infelizmente muito mais de juris do que de fato.


Foto: Rosa Gauditano
Os muitos significados do verbo servir
Mas voltemos à questão sobre a “serventia” dos índios. O tema apareceu novamente em reportagem da revista Veja, edição de 4 de novembro. Replicando argumentos usados em edições anteriores ao tratar do tema, o texto (que de jornalístico não tem quase nada) mescla desinformação e preconceito, ao fazer uso, por exemplo, de argumentos como a suposta “trágica situação [dos índios] de silvícolas em um mundo tecnológico e industrial”, de afirmações como “[a] Funai também apoia o expansionismo selvagem”, e de acusações descabidas, como a de que os antropólogos ligados ao Conselho Indigenista Missionário querem transformar o sul do Mato Grosso do Sul numa “grande nação guarani”, justamente na “zona mais produtiva do agronegócio” do estado. Em 2010, a revista havia afirmado, através de um malabarismo estatístico de quinta categoria (digno de envergonhar até ruralistas medianamente sofisticados), que 90% do território brasileiro é ocupado ou destinado a áreas de preservação ambiental, comunidades indígenas, quilombolas e áreas de reforma agrária; “a agricultura e demais atividades econômicas terão apenas 8% de área para se desenvolver”. Enfim, a estratégia retórica é clara: quem não contribui com o agronegócio e demais formas de produção capitalista em grande escala – no caso, os índios e todos os demais grupos de alguma forma ligados a usos não predatórios da terra – não contribui com a economia nacional. Em uma palavra: só serve para atrapalhar.
Essa é uma questão, me parece, fundamental: é preciso discutir o conceito de serventia. Como a ideia de “servir” participa em nossas vidas, e na forma como aprendemos a entender e viver o mundo? Se a serventia dos que (supostamente) não estão integrados ao projeto da nação é um tema relevante – tanto ao pseudo-jornalismo da Veja como a certo senso comum urbano -, e nós, não-índios, (supostamente) integrados, afinal, servimos pra quê? E como isso afeta nossa compreensão das questões indígenas no Brasil contemporâneo, e mais especialmente o caso dos Guarani Kaiowá? Na minha opinião, isso tudo serve de pano de fundo contra o qual as audiências urbanas, dos grandes canais de mídia, distantes do Mato Grosso do Sul, atribuem sentido às notícias.
O caso dos Guarani Kaiowá traz à luz um elemento da vida cotidiana brasileira que é feito estrategicamente invisível na forma como somos ensinados a entender o mundo. Eles não querem ser “como nós”; tenho a impressão de que para a maioria da população urbana isso não apenas é contra intuitivo, mas figura como um choque, quase como uma afronta. Se eles gostam de fotografia, eletricidade, escolas e antibióticos, qual o problema, então?
Há uma diferença fundamental entre a experiência de mundo dos índios e dos não-índios brasileiros, e isso está ligado ao “lugar” onde se encontram as coisas verdadeiramente importantes. De acordo com trabalhos antropológicos que descrevem as visões de mundo e formas de vida de várias etnias indígenas sul-americanas, uma das características marcantes da vida indígena (para quem não é índio, obviamente), é a proximidade existencial das pessoas com os níveis mais altos da existência política e religiosa das suas sociedades. O poder político, em geral, não é algo que se manifeste em forma de hierarquias verticais, da forma como as entendemos, e provavelmente está ocupado por alguém com quem as pessoas da tribo tem relação pessoal direta, muitas vezes de parentesco. O mesmo se dá no que diz respeito à existência espiritual: está tudo logo ali, divindades, antepassados, espíritos, mediados pelas práticas do xamã, que também é conhecido de todos (ainda que, igualmente, talvez temido por todos). Há a percepção de que as coisas do mundo, alegrias e tristezas, sucessos e fracassos, são intrinsecamente ligadas à existência das pessoas da comunidade – os antropólogos chamam isso de relação de imanência.
O que é que a “integração” ao Brasil oferece, em contrapartida? Fundamentalmente, o deslocamento do centro de gravidade da existência para algum outro lugar, mais distante, abstrato, de difícil compreensão. Os índios resistem à ideia de que o centro do mundo passe a residir em outro lugar – em Brasília, por exemplo. Ou seja, resistem ao processo que os faz marginais. A marginalização, tomando a expressão de forma conceitual (ou seja, fazendo referência a quem está nas margens, nas bordas ou periferia), pode se dar deslocando-se alguém para a periferia do mundo, ou deslocando o centro de lugar, de modo que quem era central passa a ser periférico, e, portanto, marginal. De certa forma é exatamente isso que o Brasil oferece aos indígenas. Mas quem é que quer ser marginal?
O que a imensa maioria de nós, urbanitas ocidentalóides, não percebemos é que é isso, exatamente, que o Estado faz conosco. Assistimos à política e às outras formas de organização do nosso mundo – justiça, administração pública, economia – na qualidade de espectadores. Irritados, confusos, insatisfeitos, mas quintessencialmente espectadores. Somos mais capazes de interagir com um reality show do que com o mundo da política. Desde pequenos somos ensinados – e as políticas educacionais e conteúdos programáticos são desenhados cuidadosamente para tanto – que as coisas realmente importantes acontecem em algum outro lugar, e que são muito complexas, e que por isso mesmo há alguém mais capacitado cuidando disso tudo, para que possamos viver nossas vidas em paz. Ou seja, para que possamos não pensar em nada que não seja nos mantermos vivos e sermos economicamente ativos – e assim contribuir com o “projeto da nação”. Ou seja, o Estado reduz nossa vida ao mínimo – pão e circo, bolsa família e telenovela – para que as coisas funcionem e efetivamente aconteçam em algum outro lugar. Somos espectros de cidadãos.
Ou seja, a pergunta sobre para que servem as pessoas deve ser recolocada em outros termos: do que é que cada um de nós abre mão para “participar” do Brasil? Nós servimos para servir ao Estado. Somos todos marginais, e não nos damos conta disso.
O escândalo da questão indígena é a resistência que eles têm em aceitar os nossos mitos, ou as nossas ilusões – sobre o Brasil, por exemplo. Acostumados à experiência da autodeterminação, eles talvez tenham uma visão do que é o Brasil, como “projeto de nação”, que em muitos sentidos pode ser mais realista do que a de todos nós.
O Estado brasileiro só vai ser capaz de avançar na questão dos conflitos indígenas quando parar de tratar o tema da autodeterminação como anátema. E só o fará quando deixar de ter na tutela dos seus súditos sua razão de ser – ou seja, quando as elites políticas abandonarem a visão que tem de que o Brasil é fundamentalmente habitado por gente desqualificada, intelectualmente e moralmente inferior, e mal intencionada, e que demanda, portanto, o esforço do Estado para corrigir desvios e induzir a massa ao caminho produtivo. O Estado brasileiro é incapaz de reconhecer valor nas diferenças, justamente porque a homogeneização coletiva é condição de existência do próprio Estado. Frequentemente é evocada a noção de atentado à soberania nacional quando o tema das diferenças é trazido ao centro da arena.
E se um bocado de gente decide – muito arrazoadamente, por sinal – que a economianão deve mais crescer? Isso, dirão muitos, é obviamente um atentado à soberania nacional. Ou não? É, antes que tudo, e talvez apenas, um atentado à soberania do soberano. Pelo menos da tecnocrática soberania da ocasião.
Manifestemo-nos hoje, enfaticamente, em defesa dos Guarani Kaiowá. Como forma de materializar nosso apreço pela liberdade e pelo direito à diferença. Como forma de protesto contra um Estado centralizador e autoritário. Como declaração de que não queremos juiz, médico, político ou professor nos dizendo como devemos viver nossas vidas. Essa função está reservada para os poetas – índios e não-índios, brancos e não-brancos.
Renzo Taddei é professor da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro. É doutor em antropologia pela Universidade de Columbia, em Nova York. Dedica-se aos estudos sociais da ciência e tecnologia.


Fonte: http://www.canalibase.org.br/os-guarani-kaiowa-e-as-perversidades-do-senso-comum-dos-brancos-2/

quinta-feira, novembro 08, 2012

Em algumas tribos xamânicas...

"Em algumas tribos xamânicas, se você chegar ao curandeiro se queixando de desânimo, de depressão, ele irá te fazer 6 perguntas: - quando você parou de dançar?
- quando você parou de cantar? - quando você parou de acreditar? - quando você parou de se encantar pelas estórias?
- quando você parou para silenciar? - quando você parou de amar?"

terça-feira, novembro 06, 2012

Maconha "sem barato" para tratamento de câncer

Matéria na íntegra:


Menino com câncer é tratado com maconha 'sem barato'


Jairo Bouer

Diagnosticado com câncer, o garoto David Sabach, de 12 anos, está sendo tratado com um tipo especial de maconha medicinal desenvolvida por cientistas israelenses que ficou conhecida como "maconha sem barato".

Em sua casa, em Israel, David guarda fotografias que são um registro dramático de seu estado há dois anos. Na época, por causa da quimioterapia, ele perdeu todo o cabelo e seu peso chegou a metade do que é hoje.



David Sabach não podia andar por causa das dores nas pernas
David Sabach não podia andar por causa das dores nas pernas


 "Eu costumava tomar morfina para a dor, mas o efeito não durava mais que alguns minutos", conta o menino.

Hoje, David recebe doses da maconha especial, adicionada a chocolates, biscoitos e bolos. "O efeito da cannabis dura todo o dia. Sinto-me muito melhor. Finalmente, posso andar sem chorar por causa da dor nas pernas", diz.

A maconha medicinal tem sido usada em Israel desde os anos 90 para o tratamento de uma série de doenças, entre elas câncer, Mal de Parkinson, esclerose múltipla e síndrome de Tourette.

Recentemente, porém, cientistas ligados a empresa Tikkun Olam desenvolveram um tipo especial dessa maconha neutralizando a substância THC (tetrahidrocanabinol), que gera os efeitos cognitivos e psicológicos da droga.

Além disso, a nova variedade da planta tem uma concentração mais elevada da substância canabidiol (CBD), um poderoso anti-inflamatório.


  • Funcionária da Tukkun Olam prepara maconha medicinal
Nova imagem

O resultado é uma maconha com as mesmas propriedades medicinais da cannabis tradicional, mas sem o "barato" que faz com que muitos se oponham ao uso medicinal da planta.

"O canabidiol não se fixa às células do cérebro, então, após ingerir essa substância, o paciente não tem nenhum efeito colateral indesejado", diz Ruth Gallily, professora de imunologia na Universidade Hebraica de Jerusalém, que estuda os efeitos medicinais da cannabis há 15 anos

"Os pacientes não têm 'barato' e não ficam confusos. Podem dirigir, trabalhar e fazer suas tarefas do dia a dia."

A cannabis é considerada uma droga ilegal em Israel, mas a Tikkun Olam obteve uma licença especial do Ministério da Saúde para desenvolver a maconha medicinal e cultiva diversas variedades da planta em estufas na Galileia, no norte de Israel.

De acordo com Zachi Klein, diretor de pesquisa da empresa, mais de 8.000 doentes em Israel já são tratados com cannabis, recebendo a substância após mostrarem receitas médicas autorizadas pelo Ministério da Saúde.

Klein explica que pelo menos três categorias de pacientes devem se beneficiar da nova variedade de maconha medicinal.

Primeiro, as pessoas que precisam continuar a trabalhar durante o tratamento. Segundo, os idosos, porque eles seriam muito sensíveis ao THC. Por fim, crianças como David.

 
Críticas

Para alguns críticos da nova "maconha sem barato", porém, é a combinação do THC com o CBD que trás mais benefícios para os pacientes.

Um paciente de câncer de 52 anos que pediu para não ser identificado, por exemplo, explicou à BBC por que acredita que a maconha tradicional é a ideal para o seu tratamento.

"(A cannabis tradicional) não só ajuda a aplacar a dor mas também contribui para que tenhamos mais vontade de comer", disse o paciente, que teve um tumor no estômago removido há cinco meses e combina o uso de maconha com quimioterapia.

"O corpo não pode lutar sem combustível e um dos efeitos maravilhosos da maconha é que ela causa o que é conhecido como "larica" (fome), que para quem faz quimioterapia é uma benção."


Site: http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/bbc/2012/11/06/menino-com-cancer-e-tratado-com-maconha-sem-barato.htm

Pm contra PM: mobilização pra não invadirem moradias ao plantarem UPPs

Agora sim... PM contra PM...

Acho q ninguém aqui é a favor do tráfico como ele funciona, né? Submissão, nada coletivo, tortura.

Recorrer ao estado contra ele mesmo? Duvidoso... mas conscientizar sempre é bom e a ONG da matéria é conhec

ida. O problema é pra q serve a polícia e como ela serve! Aí pensar outra coisa porque quem realmente vale a pena na poliça não tem como agir contra a ideologia dela ("obedeça sem pensar")... Lembrando q a violência não é só do capitalismo... O capitalismo é mais uma forma de legalização d várias violências (o q não o desculpa em coisissima nenhuma). Acho q não dá pra crer no mito do homem bom apenas corrompido, né? Não se pdoe dizer q as massas não desejaram o nazismo...

 
 
Facebook: http://www.facebook.com/direitoparaquem
 
"Não existe um "direito à segurança", mas sim a segurança de direitos. Segurança não é um elemento conceitual. A segurança é sempre "de que?". Do direito à vida, à liberdade, à dignidade sexual, à inviolabilidade do domicílio. Assegurar direitos é o verdadeiro objeto da "segurança pública". No entanto, o discurso policial-midiático promove a palavra "segurança" ao posto de primazia do desejo do povo. Queremos segurança! E por essa pretensa "segurança" (que ninguém explica muito bem o que é), viola-se direitos de uma categoria inteira de cidadãos. Pela "segurança" a polícia invade casas sem mandado, atira por trás, prende sem suspeita, e viola os direitos que deveriam se assegurados (pela "segurança"). No Rio, estamos diante deste paradoxo.

Favelas do Rio se antecipam à UPP e lançam mobilização para que policiais não invadam moradias:
http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/11/06/favelas-do-rio-se-antecipam-a-upp-e-lancam-mobilizacao-para-que-policiais-nao-invadam-moradias.htm

Site da campanha: http://redesdamare.org.br/?p=5937"
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Matéria na íntegra:
 
Favelas do Rio se antecipam à UPP e lançam mobilização para que policiais não invadam moradias:
 
06.11.12
Hanrrikson de Andrade
 
Cientes de que o Complexo da Maré, na zona norte do Rio de Janeiro, deve receber uma UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) até o fim do ano, moradores e ativistas lançaram uma campanha de conscientização, nesta terça-feira (6), sobre possíveis abusos policiais durante o processo de ocupação.

Cerca de cem voluntários da ONG Redes da Maré, responsável pelo projeto, deram início à mobilização, nesta manhã. Os ativistas percorreram várias ruas da favela Nova Holanda sob olhares desconfiados dos traficantes de drogas que atuam na região. Houve receptividade por parte dos moradores.

No total, mais de 50 mil adesivos com a mensagem "Conhecemos nossos direitos! Não entre nesta casa sem respeitar a legalidade da ação", endereçada aos policiais militares e agentes de segurança pública que participarão da implementação da UPP, serão colados nas janelas e portas de mais de 45 mil moradias das 16 comunidades que formam o Complexo da Maré. A próxima será a do Parque União.
Segundo a diretora da Redes da Maré, Eliana Silva, o objetivo do projeto é inserir os moradores no contexto pré-ocupação policial, tornando-os "agentes ativos no processo de conquista ao direito à segurança pública".

"Eles são atores centrais e a razão de ser da política de pacificação, e não meros espectadores do processo", disse Silva, que afirmou ter participado de uma reunião com o secretário estadual de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, antes de agendar a primeira atividade da campanha.

"Nós participamos de uma reunião com o secretário Beltrame, com o comandante-geral da PM [coronel Erir Costa Filho], com o comandante das UPPs, coronel Róbson Rodrigues, onde apresentamos a campanha. Mostramos que se trata de uma campanha focada no diálogo. Colocar uma voz que as pessoas, em tese, acham que não pode ter. Eles foram receptivos a essa ação. Reconheceram que se trata de algo inédito e inovador", completou.

Questionado se o poder público teria "aprovado" a ideia, o coordenador-geral da ONG Observatório de Favelas, Jaílson Silva, afirmou que a Secretaria de Segurança Pública e as forças policiais "reconheceram o direito" à livre manifestação, mas que não há qualquer participação governamental na elaboração e na execução da campanha.

"Não se trata de uma aprovação. Eles reconhecem que a gente tem esse direito, enquanto sociedade civil, e não se sentem agredidos pela campanha. Eles reconhecem que a questão da segurança também passa pelos moradores. A cúpula da segurança já superou a ideia de achar que a defesa dos direitos desses moradores é a mesma coisa que defender direito de bandido. (...) A questão é a forma como eles enfrentam o problema das drogas, pois termina violando o direito dos moradores. É contra isso que nós lutamos. Há outras formas de enfrentar isso", disse.

Já o diretor-executivo da Anistia Internacional no Brasil, Átila Roque, afirmou ser necessário interromper uma suposta "lógica de guerra", que surgiria, segundo ele, em razão das megaoperações articuladas para expulsar traficantes das favelas e instaurar "a chamada pacificação".

 

Controle do tráfico

Durante a manifestação da Redes da Maré, na manhã desta terça-feira (6), a reportagem do UOL percorreu as ruas, becos e vielas da comunidade Nova Holanda a fim de conversar com os moradores. No entanto, muitos optaram pelo silêncio, pois temem possíveis represálias do tráfico de drogas.

No decorrer da caminhada dos voluntários da ONG, era possível observar a movimentação dos criminosos, sempre armados e munidos de radiotransmissores. Ao passarem por uma esquina na qual há uma boca de fumo, fotógrafos que acompanhavam o grupo foram orientados pelos próprios traficantes a guardar as câmeras.

Segundo voluntários da Redes da Maré, há bem perto da sede da ONG uma rua que dividiria o controle territorial da comunidade entre duas facções rivais. Por esse motivo, o grupo se limitou a contornar o quarteirão referente ao local no qual os manifestantes iniciaram a caminhada. "É a nossa faixa de gaza", afirmou um estudante, que preferiu não se identificar.

Entre os poucos moradores que se disponibilizaram para entrevistas, houve opiniões divergentes. Para o morador Alessandro Carvalho, que não especificou sua idade, a abordagem policial faz com que muitos se sintam "humilhados".

"Eles fazem isso mesmo. Entram na favela sem respeitar ninguém. Se você não tem um emprego, se não tem uma carteira assinada, eles te humilham, invadem sua casa, desrespeitam sua família. Dou todo apoio para a campanha", disse ele, antes que a entrevista fosse interrompida em função da aproximação de um jovem armado, possivelmente pertencente ao tráfico de drogas da região.

Já o auxiliar de pedreiro José Henrique Zeferino, que mora há 40 anos na Nova Holanda, afirmou nunca ter sido abordado de forma truculenta por policiais. No entanto, ele reclamou do preconceito em relação aos moradores das favelas.

"Comigo nunca fizeram nada. Já me pararam lá fora algumas vezes, mas sempre de forma educada. Lá fora, todo mundo que mora em favela é bandido, é perigoso. A gente precisa mostrar que também tem povo trabalhador aqui", disse.

 

Denúncias sobre abusos

De acordo com a diretora da Redes da Maré, Eliana Silva, as denúncias de moradores que teriam sofrido com supostos excessos relacionados à abordagem policial aumentaram nos últimos dois meses. As últimas ocorreram nesta manhã, pouco antes da caminhada feita pelos ativistas.

"A gente tem tem recebido muitas denúncias nos últimos dois meses, desde que dois jovens morreram aqui. Houve muita indignação a respeito da forma como os policiais entraram, roubando dinheiro das pessoas. Teve uma senhora que chegou a ir na delegacia. Duas ou três vezes por semana", afirmou a coordenadora da ONG.

"Um morador do Parque União nos disse que hoje os policiais arrombaram portas utilizando chaves mestras. Eles estão entrando dessa forma absolutamente invasiva, entram sem autorização dos moradores. A pessoa chega do trabalho e encontra sua casa invadida. Isso é inadmissível. Imagine se isso acontecesse no Leblon", questionou Jaílson Silva, referindo-se ao bairro nobre da zona sul do Rio.