sexta-feira, maio 19, 2006

Uma surpresa para Daphne

Daphne mal podia acreditar nos seus ouvidos. Ou no seu ouvido esquerdo, pois era neste que chegava a voz de Peter Vest-Pocket, através do fone.

- Daphne, você está aí? Sou eu, Peter.

Quando finalmente conseguiu se refazer da surpresa, a pequena e vivaz Daphne - era assim que a legenda da sua foto como debutante no "Tattler" a descrevera, anos atrás - esforçou-se para controlar a voz.

- Você quer dizer o sujo, tratante, traidor, nojento, desprovido de qualquer decência ou caráter, estúpido e desprezível Peter Vest-Pocket?
- Esse mesmo. É bom saber que você ainda me ama.
- Seu, seu...
- Tente porco.
- Porco!
- Foi por isso que eu deixei você, Daphne. Você sempre faz o que eu mando. Era como viver com um perdigueiro. Agora acalme-se.
- Porco imundo!
- Está bem. Agora acalme-se. Pergunte por que é que eu estou telefonando pra você depois de dois anos.
- Não me interessa. E foram dois anos, duas semanas e três dias.
- Eu preciso de você, Daphne.
- Peter...
- Preciso mesmo. Eu sei que fui um calhorda, mas não sou orgulhoso. Peço perdão.
- Oh! Peter. Não brinque comigo...
- Daphne, você se lembra daquela semana em Taormina?
- Se me lembro.
- Do jasmineiro no pátio do hotel? Das azeitonas com vinho branco à tardinha no café da praça?
- Peter, eu estou começando a chorar.
- E daquela vez em que fomos nadar nus, ao luar, e veio um guarda muito sério pedir nossos documentos, e depois os três começamos a rir e o guarda acabou tirando a roupa também?
- Não. Isso eu não me lembro.
- Bom. Deve ter sido em outra ocasião. E a pensão em Rapallo, Daphne.
- A pensão! O velho do acordeão que só tocava "Torna a Sorriento" e "Tea for Two".
- E a festa de aniversário em que nós entramos por engano e eu acabei fazendo a minha imitação do Maurice Chevalier com laringite.
- Ah, Peter...
- Lembra o pimentão recheado da "signora" Lumbago, na pensão?
- Posso sentir o gosto agora.
- Qual era mesmo o ingrediente secreto que ela usava, e que só nos revelou depois que nós ameaçamos contar para o seu marido do caso dela com o garçom?
- Era... Deixa ver. Era manjericão.
- Você tem certeza?
- Tenho. Ah, Peter, Peter... Não consigo ficar braba com você.
- Ótimo Daphne. Precisamos nos ver. Tchau.
- Tchau?! TCHAU?! Você disse que precisava de mim, Peter!
- Precisava. Eu estou fazendo aquele pimentão recheado para uma amiga e não me lembrava do ingrediente secreto. Você me ajudou muito, Daphne, e...
- Seu animal! Seu jumento insensível! Seu filho...
- Daphne, eu já pedi desculpas. Você quer que eu me humilhe?

(Verissimo)
Esse é sério.



Os venenosos
Por Luis Fernando Verissimo
fonte: O GLOBO, 24/2/2005

O veneno é um furo na teoria da evolução. De acordo com o darwinismo clássico os bichos desenvolvem, por seleção natural, as características que garantem a sua sobrevivência. Adquirem seus mecanismos de defesa e ataque num longo processo em que o acaso tem papel importante: a arma ou o disfarce que o salva dos seus predadores ou facilita o assédio a suas presas é reproduzido na sua descendência, ou na descendência dos que sobrevivem, e lentamente incorporado à espécie. Mas a teoria darwiniana de progressivo aparelhamento das espécies para a sobrevivência não explica o veneno. O veneno não evoluiu. O veneno esteve sempre lá.

Nenhum bicho venenoso pode alegar que a luta pela vida o fez assim. Que ele foi ficando venenoso com o tempo, que só descobriu que sua picada era tóxica por acidente, que nunca pensou etc. O veneno sugere que existe, sim, o mal-intencionado nato. O ruim desde o princípio. E o que vale para serpentes vale para o ser humano. Sem querer entrar na velha discussão sobre o valor relativo da genética e da cultura na formação da personalidade, o fato é que não dá para evitar a constatação de que há pessoas venenosas, naturalmente venenosas, assim como há pessoas desafinadas.

A comparação não é descabida. Acredito que a mente é um produto cultural, e que descontadas coisas inexplicáveis como um gosto congênito por couve-flor ou pelo “Bolero” de Ravel, somos todos dotados de basicamente o mesmo material cefálico, pronto para ser moldado pelas nossas circunstâncias. Mas então como é que ninguém aprende a ser afinado? Quem é desafinado não tem remédio. Nasce e está condenado a morrer desafinado. No peito de um desafinado também bate um coração, certo, e o desafinado não tem culpa de ser um desafio às teses psicológicas mais simpáticas. Mas é. Matemática se aprende, até alemão se aprende, mas desafinado nunca fica afinado. Como venenoso é de nascença.

O que explica não apenas o crime patológico como as pequenas vilanias que nos cercam. A pura maldade inerente a tanto que se vê, ouve ou lê por aí. O insulto gratuito, a mentira infamante, a busca da notoriedade pela ofensa aos outros. Re
O Prego

Contam que um império ruiu e, vendo-se subitamente sem nada para fazer - sem potentados para receber, sem decretos para assinar, sem cabeças para mandar cortar, sem concubinas para coçar seu pé - o ex-imperador deciciu investigar a causa da sua ruína. Foi visitar o ex-secretário real na cadeia, já que de toda a corte só o próprio imperador, por uma deferência à sua antiga eminência, ficara solto. O ex-imperador queria fazer uma genealogia da sua derrocada.Para encher o tempo, para compreender seu destino.
- Foi a corrupção? - perguntou o ex-imperador ao seu ex-secretário.
- Não, não - disse o ex-secretário. - O império sempre foi corrupto. O pai do pai do seu pai já era corrupto. E no entanto todos reinaram até morrer, e morreram no poder.
- Foi alguma bobagem que eu fiz ou que eu disse?
- Não, não. Todos os seus antecessores fizeram e disseram bobagens. Quase tantas quanto você. Bobagem nunca derrubou ninguém neste império.
- O que foi então?
- Foi a batalha de Alvedrio - disse o ex-secretário. - Decididamente, a batalha de Alvedrio. Se não tivéssemos perdido aquela batalha, o império não teria se desmoralizado, você ainda estaria no poder e eu estaria em casa contando as minhas moedas, em vez de estar aqui catando palha.
- E por que nós perdemos a batalha de Alvedrio?
- Porque a coluna do meio não resistiu.
- E por que a coluna do meio não resistiu?
- Porque o comandante não deu a ordem.
- E por que o comandante não deu a ordem?
- Porque o cavalo dele claudicou na hora.
- E por que o cavalo dele claudicou na hora?
- Porque perdeu a ferradura.
- E por que perdeu a ferradura?
- Porque caiu um prego.
- E por que não recolocaram o prego?
- Porque não conseguiram encontrar.
- Quer dizer que meu império ruiu, eu perdi o poder, nós perdemos nossos milhões, vocês estão condenados à prisão e eu ao tédio - tudo por causa de um prego extraviado?
- É.
- Um mísero prego?
- Pois é.
- Mas isso é uma injustiça! Que mundo é este, em que um prego derruba um imperador?
E, tomado de ira, o ex-imperador rumou para os campos de Alvedriu, onde passou um dia inteiro, e de onde saiu diretamente para a presença dos juízes da república que substituira seu império. E pediu a reabertura do processo que o derrubara.
- Impossível - disseram os juízes. - O senhor deve dar graças a Deus por não estar preso. Foi derrubado por corrupção, omissão, e cantar música sertaneja sem habilitação.
- Eu sei. Mas surgiu um fato novo que reverte tudo, me redime e me dá o direito de reinvindicar a volta da minha credibilidade, da minha honra, da minha fortuna e do meu império.
- Como?
- Meu julgamento, e as revelações sobre minhas falcatruas, não teria acontecido, se não fosse a derrota de Alvedrio. E nós perdemos em Alvedrio porque a coluna do meio não resistiu, porque o comandante não deu a ordem, porque seu cavalo claudicou, porque sua ferradura caiu, porque um prego se perdeu.
- E qual o fato novo? - perguntaram os juízes.
- Eu encontrei o prego! - gritou o imperador, mostrando-o em triunfo.
(Como é que termina a história? Não se sabe. Parece que os juízes, caridosamente, mandam o imperador ir para casa e esquecer aquilo. Mas tomam uma providência. Em hipótese alguma se deve deixá-lo aparecer na televisão com sua história e o prego. Senão ele convence todo mundo.)

(Luís Fernando Veríssimo - Humor nos Tempos do Collor - L&PM Editores 1992)


O espírito da nossa coisa

Quem acha que o correspondente do New York Times no Brasil simplesmente não nos compreende talvez não saiba que ele tem um notório precedente histórico. Em 1919, quando o mundo recém começava a tomar conhecimento das teorias que um tal de Albert Einstein descrevera em obscuras publicações científicas, o Times escalou para entrevistá-lo o seu especialista em golfe! O jornalista Henry Crouch entendeu tudo errado e muitos dos mitos que perduram na imaginação popular sobre a Teoria da Relatividade se devem ao seu trabalho. Entre outras coisas, Crouch anunciou que Einstein estava prestes a publicar um livro sobre suas especulações que só três pessoas em todo o mundo compreenderiam.

O Larry Rohter pode argumentar que nos entende um pouco mais do que o Henry Crouch entendia de física e também que Henry Crouch, no seu lugar, não estaria muito errado se anunciasse que só três pessoas em todo o mundo, fora os brasileiros, tinham condições de entender o Brasil. Os números do Einstein não eram para qualquer cabeça, mas eram compreendidos (e disputados ou não) por uma grande comunidade científica internacional. Mas quem entende, por exemplo, a matemática da eleição do Severino? Talvez o Times tenha decidido que, assim como a física de Einstein era tão revolucionária que só um total inocente no assunto captaria sua originalidade, quem viesse capacitado para entender o Brasil não pegaria o espírito da nossa coisa. Entender o Brasil seria falsificá-lo.
***
Não foi o Henry Crouch, mas o poeta Paul Valéry (estou tirando tudo isto do livro de Bill Bryson A Short History of nearly Everything) que um dia perguntou ao Einstein se ele carregava um caderninho para anotar suas idéias. Einstein se surpreendeu com a pergunta e respondeu que não era preciso: "Eu quase não tenho idéias". Na verdade, Einstein teve poucas idéias na sua vida. Pelo menos duas delas mudaram a história do pensamento humano e nossa percepção do mundo.

Dois outros representantes da capacidade mental da nossa raça nunca pararam de ter idéias, e os dois estão sendo homenageados aqui em Paris no momento, cada um à sua maneira: Jean-Paul Sartre, que nasceu há cem anos, e Charlie Parker, que morreu há 50. Sartre é o assunto de várias primeiras páginas em publicações locais, enquanto o povo do jazz lembra o gênio de Char-li Par-kér, acento nas últimas sílabas. Nas comemorações do centenário de Sartre, nota-se uma certa nostalgia do que ele era e na França não existe mais: um maitre penseur, que não é um chefe de garçons distraído mas um intelectual que domina sua era.
(Verissimo)
(Verissimo)


Tu e Eu



Somos diferentes, tu e eu.
Tens forma e graça
e a sabedoria de só saber crescer
até dar pé.
En não sei onde quero chegar
e só sirvo para uma coisa
- que não sei qual é!
És de outra pipa
e eu de um cripto.
Tu, lipa
Eu, calipto.

Gostas de um som tempestade
roque lenha
muito heavy
Prefiro o barroco italiano
e dos alemães
o mais leve.
És vidrada no Lobão
eu sou mais albônico.
Tu,fão.
Eu,fônico.

És suculenta
e selvagem
como uma fruta do trópico
Eu já sequei
e me resignei
como um socialista utópico.
Tu não tens nada de mim
eu não tenho nada teu.
Tu,piniquim.
Eu,ropeu.

Gostas daquelas festas
que começam mal e terminam pior.
Gosto de graves rituais
em que sou pertinente
e, ao mesmo tempo, o prior.
Tu és um corpo e eu um vulto,
és uma miss, eu um místico.
Tu,multo.
Eu,carístico.

És colorida,
um pouco aérea,
e só pensas em ti.
Sou meio cinzento,
algo rasteiro,
e só penso em Pi.
Somos cada um de um pano
uma sã e o outro insano.
Tu,cano.
Eu,clidiano.

Dizes na cara
o que te vem a cabeça
com coragem e ânimo.
Hesito entre duas palavras,
escolho uma terceira
e no fim digo o sinônimo.
Tu não temes o engano
enquanto eu cismo.
Tu,tano.
Eu,femismo.
Veríssimo

Papai, o que é Páscoa?
- Ora, Páscoa é... bem... é uma festa religiosa!
- Igual Natal?
- É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e na
Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressurreição.
- Ressurreição?
- É, ressurreição. Marta, vem cá!
- Sim?
- Explica pra esse garoto o que é ressurreição pra eu poder ler o meu
jornal.
- Bom, meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi o que aconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitou e subiu aos céus. Entendeu?
- Mais ou menos... Mamãe, Jesus era um coelho?
- Que é isso menino? Não me fale uma bobagem dessas! Coelho! Jesus Cristo é o Papai do Céu! Nem parece que esse menino foi batizado! Jorge, esse
menino não pode crescer desse jeito, sem ir numa missa pelo menos aos domingos.
Até parece que não lhe demos uma educação cristã! Já pensou se ele solta uma besteira dessas na escola? Ave Maria!
- Mamãe, mas o Papai do Céu não é Deus?
- É filho, Jesus e Deus são a mesma pessoa. Você vai estudar isso no catecismo. Chama-se a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.

- O Espírito Santo também é Deus?
- É sim.

- E Minas Gerais?
- Sacrilégio!!!
- É por isso que a Ilha da Trindade fica perto do Espírito Santo?
- Não é o Estado do Espírito Santo que compõe a Trindade, meu filho, é o Espírito Santo de Deus. É um negócio meio complicado, nem a mamãe
entende direito. Mas quando você for no catecismo a professora explica
tudinho!
- Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa?
- Eu sei lá! É uma tradição. É igual a Papai Noel, só que ao invés de presente ele traz ovinhos.
- Coelho bota ovo?
- Chega! Deixa eu ir fazer o almoço que eu ganho mais!
- Papai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa?
- Era, era melhor, ou então urubu.
- Papai, Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, né? Que dia que ele
morreu?
- Isso eu sei: na sexta-feira santa.
- Que dia e que mês?
- Sabe que eu nunca pensei nisso? Eu só aprendi que ele morreu na sexta-feira santa e ressuscitou três dias depois, no sábado de
aleluia.
- Um dia depois.
- Não, três dias.
- Então morreu na quarta-feira.
- Não, morreu na sexta-feira santa... ou terá sido na quarta-feira de cinzas? Ah, garoto, vê se não me confunde! Morreu na sexta mesmo e ressuscitou no sábado, três dias depois!
- Como?
- Pergunte à sua professora de catecismo!

- Papai, por que amarraram um monte de bonecos de pano lá na rua?
- É que hoje é sábado de aleluia, e o pessoal vai fazer a malhação do
Judas. Judas foi o apóstolo que traiu Jesus.
- O Judas traiu Jesus no sábado?
- Claro que não! Se ele morreu na sexta!!!
- Então por que eles não malham o Judas no dia certo?
- É, boa pergunta. Filho, atende o telefone pro papai. Se for um tal de Rogério diz que eu saí.
- Alô, quem fala?
- Rogério Coelho Pascoal. Seu pai está?
- Não, foi comprar ovo de Páscoa. Ligue mais tarde, tchau.
- Papai, qual era o sobrenome de Jesus?
- Cristo. Jesus Cristo.
- Só?
- Que eu saiba sim, por quê?
- Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele era Jesus
Cristo Coelho. Só assim esse negócio de coelho da Páscoa faz sentido, não
acha?
- Coitada!
- Coitada de quem?
- Da sua professora de catecismo!!!
Cansei de tentar escrever tudo na ordem! Lá vai um texto ótimo fopra da ordem dos acotnecimentos!! Senão esse blog vai se tornar inutil!




Da Timidez

Luís Fernando Veríssimo


Ser um tímido notório é uma contradição. O tímido tem horror a ser notado, quanto mais a ser notório. Se ficou notório por ser tímido, então tem que se explicar. Afinal, que retumbante timidez é essa, que atrai tanta atenção? Se ficou notório apesar de ser tímido, talvez estivesse se enganando junto com os outros e sua timidez seja apenas um estratagema para ser notado. Tão secreto que nem ele sabe. É como no paradoxo psicanalítico, só alguém que se acha muito superior procura o analista para tratar um complexo de inferioridade, porque só ele acha que se sentir inferior é doença.

Todo mundo é tímido, os que parecem mais tímidos são apenas os mais salientes. Defendo a tese de que ninguém é mais tímido do que o extrovertido. O extrovertido faz questão de chamar atenção para sua extroversão, assim ninguém descobre sua timidez. Já no notoriamente tímido a timidez que usa para disfarçar sua extroversão tem o tamanho de um carro alegórico. Daqueles que sempre que-bram na concentração. Segundo minha tese, dentro de cada Elke Maravilha existe um tímido tentando se esconder e dentro de cada tímido existe um exibido gritando "Não me olhem! Não me olhem!" só para chamar a atenção.

O tímido nunca tem a menor dúvida de que, quando entra numa sala, todas as atenções se voltam para ele e para sua timidez espetacular. Se cochicham, é sobre ele. Se riem, é dele. Mentalmente, o tímido nunca entra num lugar. Explode no lugar, mesmo que chegue com a maciez estudada de uma noviça. Para o tímido, não apenas todo mundo mas o próprio destino não pensa em outra coisa a não ser nele e no que pode fazer para embaraçá-lo.

O tímido vive acossado pela catástrofe possível. Vai tropeçar e cair e levar junto a anfitriã. Vai ser acusado do que não fez, vai descobrir que estava com a braguilha aberta o tempo todo. E tem certeza de que cedo ou tarde vai acontecer o que o tímido mais teme, o que tira o seu sono e apavora os seus dias: alguém vai lhe passar a palavra.