segunda-feira, outubro 19, 2009

Romaria
Renato Teixeira

Composição: Renato Teixeira

É de sonho e de pó, o destino de um só
Feito eu perdido em pensamentos
Sobre o meu cavalo
É de laço e de nó, de gibeira o jiló,
Dessa vida cumprida a sol


Sou caipira, Pirapora Nossa
Senhora de Aparecida
Ilumina a mina escura e funda
O trem da minha vida

O meu pai foi peão, minha mãe solidão
Meus irmãos perderam-se na vida
Em busca de aventuras
Descasei, joguei, investi, desisti
Se há sorte eu não sei, nunca vi
Me disseram porém que eu viesse aqui
Pra pedir de romaria e prece
Paz nos desaventos
Como eu não sei rezar, só queria mostrar
Meu olhar, meu olhar, meu olhar

Um bocado de Paixão

É cega. E pode não resistir ao tempo. Porque ela acaba ou porque se transforma. De fato não se pode apaixonar-se por nada além de uma expectativa ou impressão. Depois do dito, descobrir o q queria dizer. Depois de escrito, principalmente quando se saber fazer isso bem, distinguir qualquer pouco que seja do que são palavras dele do q não passava de enfeite ou sorte. No mundo das imagens, não raro a forma é preferida ao conteúdo!
Na maior parte das vezes, o belo q vem primeiro engana! A não ser quando é aquela beleza que surge onde não havia expectativas e grandes impressões: depois! O tempo, nesse caso, ajuda. E tudo que acaba com a paixão pode também originá-la. Passa-se da transparência mimetizante num mundo onde não se via tanto para ser aquela transparêcia bonita de ser! Que parece, muitas vezes, q podemos tocar no fundo, apesar de se saber que toda piscina olímpica dá a ilusão de estar o chão a qualquer alcance. E só o que se pode querer não é o chão: é a profundidade!
Ilusão, expectativa, impressão... é algo que, se não estiver sempre se recriando, termina e decepciona, assim, não consegue continuar. A paixão está sempre fechando os olhos. A transformação, a mudança, é o que faz seguir em frente. Do contrário, "Tudo" é tão efêmero que pode não ser nada!

SuN
O apanhador de desperdícios

Uso a palavra para compor meus silêncios.
Não gosto das palavras fatigadas de informar
Dou mais respeito
às que vivem de barriga no chão
tipo água pedra sapo.
Entendo bem o sotaque das águas.
Dou respeito às coisas desimportantes
e aos seres desimportantes.
Prezo insetos mais que aviões.
Prezo a velocidade
das tartarugas mais do que a dos mísseis.
Tenho em mim esse atraso de nascença.
Eu fui aparelhado
para gostar de passarinhos.
Tenho abundância de ser feliz por isso.
Meu quintal é maior do que o mundo.
Sou um apanhador de desperdícios:
Amo os restos
como as boas moscas.
Queria que a minha voz tivesse um formato de canto.
Porque eu não sou da informática:
eu sou da invencionática.
Só uso a palavra para compor meus silêncios.

Manoel de Barros
Memórias inventadas para crianças

SU: O simples já existe. O resto é complicado. A simplicidade não é comum.
Tamo Aí na Atividade
Charlie Brown

-Eles querem que você se sinta mal
Pois assim eles se sentem bem...

Eu nasci pobre
Mas não nasci otário
Eu é que não caio
No conto do vigário
Eu tenho fé em Deus
Pra resolver
Qualquer parada
Chega com respeito
Na minha quebrada...

Eu não vim prá me explicar
Eu vim prá confundir
Eu não vim prá me explicar...

Vem cá seu cú de burro
Eu vou te dá um esculacho
Sua atitude é de playboy
Por que sua vida é muito fácil
Vencer a vida no mundão
É prá quem tem coragem
Um dia eu levo ela
Prá ver o pôr-do-sol
Da laje...

Tamo aí na atividade!
Tamo aí na atividade!
Tamo aí na atividade!

Me basta que venha do surf!
Me basta que venha do skate!
Basta que venha do coração!
Basta que venha da mente...(2x)

Eles são gente
Mas não são gente
Como a gente...(2x)

Meu estilo de vida
Liberta minha mente
Completamente louco
Mas um louco consciente...

Tamo aí na atividade!
Tamo aí na atividade!
Tamo aí na atividade!

Agora sei!
O quanto é precioso
O nosso tempo
A gente tem
Que dar valor
Certas coisas
Não tem preço
O fato é que a gente
Tem que se preservar
Viver intensamente
Com a cabeça no lugar...

Não, eu não me sinto mal
Eu sobrevivo a todo lixo
Todo ódio, com amor
Eu sou o valor
Das coisas simples
Eu dou valor
Prás coisas simples
Eu!

Não, eu não me sinto mal
Eu quero mais é que eles queimem
Na fogueira das vaidades
Eu dou valor prás coisas simples
Eu sou o valor das coisas simples
Eu!

Mas, me diz então
O que da vida posso ter?
Como o mundo deve ser?
Com as balizas do nosso sistema...

Me diz então
O que da vida posso ter?
Eu tenho fé em Deus
Prá resolver qualquer problema...


SU: Tem gente q podia ser melhor, mas perde a oportunidade porque não lhes é interessante tentar.
"O problema é deles! Nasceram assim. Não tenho nada com isso. Q saco!". O problema é q eu não tenho q esquecer quem disse isso! É como LIDAR com isso! Outro problema é q suspeito q a mesma ignorâcia q tornaria essa pessoa feliz a torna vítima agora. E eu não fico triste com isso NEM UM POUCO!
Não desejo a infelicidade d ninguém, mas ela pode ser um bom sinal... será q ela fará bem? Nem q seja por egoismo!

Wish You Were Here
Pink Floyd

Composição: David Gilmour / Roger Waters

So,
So you think you can tell
Heaven from Hell,
Blue skies from pain
Can you tell a green field
From a cold steel rail?
A smile from a veil?
Do you think you can tell?

Did they get you to trade
Your heroes for ghosts?
Hot ashes for trees?
Hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change?
Did you exchange
A walk on part in the war
For a lead role in a cage?

How I wish, how I wish you were here
We're just two lost souls
Swimming in a fish bowl,
Year after year,
Running over the same old ground.
What have we found?
The same old fears
Wish you were here


Su: não é fácil!


Bobagem

Céu
Composição: Céu

Minha beleza não é efêmera
Como o que eu vejo
Em bancas por aí
Minha natureza
É mais que estampa
É um belo samba
Que ainda está por vir...

Bobagem pouca
Besteira
Recíproca nula
A gente espera
Mero incidente
Corriqueiro
Ser mulher
A vida inteira...


Su: espelho meu!

vídeo:
http://www.youtube.com/watch?v=ytd4Rwtm6CE

domingo, outubro 11, 2009

Sonhei de Cara
Forróçacana
Composição: Don Tronxo/Ruben Valença Filho/Alceu Valença

Sonhei de cara, coração
Que sonho louco
Carregado de ilusão

Lua bonita
Derramada nas calçadas
Anel de prata
Madrugavas e eu sonhei
Com borboletas
Que saíam das janelas
Colorindo a primavera
Sem teus braços acordei
Saia rendada
Pendurada na varanda
Tem a cor da esperança
De um amor que não passou
Pois todo dia
Lembro sempre da janela
Do amor que dei pra ela...

Foi tão bom que em mim ficou
(4x)
Foi um sonho, meu amor!

Laia, laia, laia
Laia, laia, laia
Sonhei, sonhei, sonhei!


Su: Dança comigo????

Para baixar: Forroçacana - Sonhei de Cara - Participação Especial Alceu Valença.mp3

quinta-feira, outubro 08, 2009

Pingando no mar de gente

Chegada recente! Como me movo por aqui? Batendo as asas não saí do lugar. Acho q no meio de todos esses bichos interessantes devo ser humano. To quase me convencendo d q já me vi hj. Riram tanto nos meus olhos apontando pra mim e para uma bolinha rosa no "espelho". Ontem fizeram a mesma coisa só q a bolinha era de outra cor. Aprendi q sou colorida! :0)

SuN

(Aportará um dia? Ela não sabe q não precisa saber!)
Às vezes amor não prova nada.

SuN

terça-feira, outubro 06, 2009

Tradição
(Gilberto Gil)

Int.: Conheci uma garota que era do Barbalho, uma garota do barulho
Namorava um rapaz que era muito inteligente, um rapaz muito diferente
Inteligente no jeito de pongar no bonde e diferente pelo tipo
De camisa aberta e certa calça americana arranjada de contrabando
E sair do banco e, desbancando, despongar do bonde
Sempre rindo e sempre cantando
Sempre lindo e sempre, sempre, sempre, sempre, sempre
Sempre rindo e sempre cantando
Conheci essa garota que era do Barbalho, essa garota do barulho
No tempo que Lessa era goleiro do Bahia, um goleiro, uma garantia
No tempo que a turma ia procurar porrada na base da vã valentia
No tempo que preto não entrava no Bahiano nem pela porta da cozinha
Conheci essa garota que era do Barbalho no lotação de Liberdade
Que passava pelo ponto dos Quinze Mistérios indo do bairro pra cidade
Pra cidade, quer dizer, pro Largo do Terreiro pra onde todo mundo ia
Todo dia, todo dia, todo santo dia, eu, minha irmã e minha tia
No tempo quem governava era Antonio Balbino, no tempo que eu era menino
Menino que eu era e veja que eu já reparava numa garota do Barbalho
Reparava tanto que acabei já reparando no rapaz que ela namorava
Reparei que o rapaz era muito inteligente, um rapaz muito diferente
Inteligente no jeito de pongar no bonde e diferente pelo tipo
De camisa aberta e certa calça americana arranjada de contrabando
E sair do banco e, desbancando, despongar do bonde
Sempre rindo e sempre cantando
Sempre lindo e sempre, sempre, sempre, sempre, sempre
Sempre rindo e sempre cantando

domingo, outubro 04, 2009

"Às vezes tudo se ilumina de uma intensa irrealidade
E é como se agora este pobre, este único, este efêmero instante do mundo
Estivesse pintado numa tela,
Sempre..."

"Linha Curva
O caminho mais agradável entre dois pontos."

"Não me ajeito com os padres, os críticos e os canudinhos de refresco: não há nada que substitua o sabor da comunicação direta"

"Mas que susto não irão levar essas velhas carolas se Deus existir mesmo..."


Mário Quintana