segunda-feira, março 26, 2012

Minhas roupas, suas roupas, dentro: nós!

Até o Lúdico! :)

"Ilusão de Ótica"

http://brandstyle.com.br/lifestyle/ilusao-de-otica

Barcas não construídas no prometido terminal, baratas, não mais de madrugada, insegurança...

>>Destaque<<
Por que as Barcas não colam?
"... pode-se perceber que o descontentamento não é só com o preço da tarifa, mas com o contrato de concessão das Barcas S.A., que deixou de ser cumprido em muitos pontos. As barcas da madrugada foram extintas; o terminal de São Gonçalo, que era para ter ficado pronto em 2000, não foi construído; o aumento proporcional da frota, em relação ao número de passageiros, não aconteceu, fora a prestação de contas obscuras. Há uma série de irregularidades. O descontentamento vai da barata que caminha sobre os nossos pés na embarcação até a indignação de não ter uma barca para voltar para casa de madrugada. É o nosso direito de ir e vir que está em jogo. Devemos transformar o modelo de gestão dos transportes profundamente. Transporte não pode ser um negócio, tem que ser um direito público de fato. Há um perfil no Facebook, intitulado “revolta das barcas”, que já possui mais de 2,5 mil amigos. A partir de lá, agrupamos importantes informações."

terça-feira, março 20, 2012

Pela metade - Drummond

Le chat et l’oiseau
[Jacques Prévert]

Un village écoute désolé
Le chant d’un oiseau blessé
C’est le seul oiseau du village
Et c’est le seul chat du village
Qui l’a à moitié dévoré
Et l’oiseau cesse de chanter
Le chat cesse de ronronner
Et de se lécher le museau
Et le village fait à l’oiseau
De merveilleuses funérailles
Et le chat qui est invité
Marche derrière le petit cercueil de paille
Où l’oiseau mort est allongé
Porté par une petite fille
Qui n’arrête pas de pleurer
Si j’avais su que cela te fasse tant de peine
Lui dit le chat
Je l’aurais mangé tout entier
Et puis je t’aurais raconté
Que je l’avais vu s’envoler
S’envoler jusqu’au bout du monde
Là-bas où c’est tellement loin
Que jamais on n’en revient
Tu aurais eu moins de chagrin
Simplement de la tristesse et des regrets
Il ne faut jamais faire les choses à moitié.


O gato e o passarinho
[Jacques Prévert, tradução de Carlos Drummond de Andrade]

A aldeia escuta desolada
o canto da ave maltratada.
É o único pássaro da aldeia
e foi o único gato da aldeia
que o devorou pela metade.
A ave deixa de cantar.
O gato deixa de roncar
e de lamber o próprio focinho.
A aldeia faz ao passarinho
maravilhosos funerais,
e o gato, que foi convidado,
segue o caixãozinho de palha
onde o pássaro se amortalha,
conduzido por uma menina
que não para nunca de chorar.
— Se soubesse que isso te faria sofrer tanto,
diz-lhe o bichano,
eu o teria comido todo
e te contaria, depois,
que ele havia batido asas,
batido asas para o fim do mundo,
para um lugar tão longe
que ninguém nunca voltou de lá.
Tu sofrerias muito menos,
só um pouquinho de tristeza
e outro pouquinho de saudade.
Nunca devemos fazer
as coisas pela metade.

In: ANDRADE, Carlos Drummond de. Carlos Drummond de Andrade: Poesia Traduzida. São Paulo: CosacNaif, 2011.

sexta-feira, março 16, 2012

Perdi uma fé hoje!

sábado, março 03, 2012

Eu respeito todo mundo, sem ter medo de ninguém

Sina Violeira

Zeh Rocha


Quero apagar meu nome
reconhecer quem eu sou
esquecer de onde vim
pra saber aonde vou
e saber que minha vida
só agora começou

Entrego meu amor
a febre de quem ama

acendo a fogueira
ardendo em brasa
eu sou a chama
não vou mandar no teu destino
nem morar na tua cama

O que eu quero nesta vida
É viver de desafio
Amar de improviso
E morrer de repente

Procurar amor perdido
é assunto pra romance
o futuro é uma miragem
sempre fora de alcance
eu aposto no presente
tudo ou nada em cada lance

Eu sempre sou meu trunfo
no momento de apostar
jogo limpo jogo sujo
eu só entro pra ganhar
só se arrisca a perder tudo
quem não souber recomeçar

O que eu quero nessa vida ...

Quem for grande venha forte
tenho a força de um arrebém
quem já se olhou por dentro
merece o valor que tem
eu respeito todo mundo
sem ter medo de ninguém

Vou afagar a morte
no instante que ela vier
que ela feito a vida
tenha rosto de mulher
deixo ela me levar
Pro lugar que ela quiser


De repente, desafio, improviso!

SINA VIOLEIRA
O que eu quero
é viver de desafio
amar de improviso
e morrer de repente.
‎"A paz começa com um sorriso." Madre Teresa d Calcutá


sexta-feira, março 02, 2012

Debaixo D'agua

Maria Bethânia

Debaixo d'água tudo era mais bonito
Mais azul, mais colorido
Só faltava respirar
Mas tinha que respirar

Debaixo d'água se formando como um feto
Sereno, confortável, amado, completo
Sem chão, sem teto, sem contato com o ar
Mas tinha que respirar
Todo dia
Todo dia, todo dia
Todo dia
Todo dia, todo dia

Debaixo d'água por encanto sem sorriso e sem pranto
Sem lamento e sem saber o quanto
Esse momento poderia durar
Mas tinha que respirar

Debaixo d'água ficaria para sempre, ficaria contente
Longe de toda gente, para sempre no fundo do mar
Mas tinha que respirar
Todo dia
Todo dia, todo dia
todo dia
Todo dia, todo dia

Debaixo d'água, protegido, salvo, fora de perigo
Aliviado, sem perdão e sem pecado
Sem fome, sem frio, sem medo, sem vontade de voltar
Mas tinha que respirar

Debaixo d'água tudo era mais bonito
Mais azul, mais colorido
Só faltava respirar
Mas tinha que respirar
Todo dia

Agora que agora é nunca
Agora posso recuar
Agora sinto minha tumba
Agora o peito a retumbar
Agora a última resposta
Agora quartos de hospitais
Agora abrem uma porta
Agora não se chora mais
Agora a chuva evapora
Agora ainda não choveu
Agora tenho mais memória
Agora tenho o que foi meu
Agora passa a paisagem
Agora não me despedi
Agora compro uma passagem
Agora ainda estou aqui
Agora sinto muita sede
Agora já é madrugada
Agora diante da parede
Agora falta uma palavra
Agora o vento no cabelo
Agora toda minha roupa
Agora volta pro novelo
Agora a língua em minha boca
Agora meu avô já vive
Agora meu filho nasceu
Agora o filho que não tive
Agora a criança sou eu
Agora sinto um gosto doce
Agora vejo a cor azul
Agora a mão de quem me trouxe
Agora é só meu corpo nu
Agora eu nasco lá de fora
Agora minha mãe é o ar
Agora eu vivo na barriga
Agora eu brigo pra voltar
Agora
Agora
Agora


Vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=QeTelMRMsM8

Um conto real, para uma pessoa real

Um conto real, para uma pessoa real!

Valeu por cada casa-palavra, Cynthia !

"Chegando cansada da noite, dos shows, dos sambas, cansada d algumas pessoas e coisas, descansada ao lado d amigos, cansada pelo fim dos tempos que diziam já estarmos no dia seguinte... enfim, chegou na casa onde passaria o resto da madrugada. Era uma casa grande e bem habitada por muitas cabeças dormindo. Cada uma estava envolvida com seus próprios sonhos e desventuras, tão típicas da loucura para a qual vamos após fecharmos os olhos!

Primeiro a pessoa jantou, na varanda, pra contar as luzes da cidade. Na verdade ela tem admirado cada vez menos a cidade (a aniversariante do mês!) e foi comer na brisa fresca da noite! É q é tão comum admirar algo de uma varanda q é o primeiro pensamento q dá vontade d mostrar! Mas esse pensamento tem despertencido a ela cada vez mais... mas admite q é admiração pela vista q descreve o seu primeiro encontro com a vista daquela varandinha!

Terminada a janta, desceu as escadas e foi fazer um agrado ao cão da casa: dar pra eles ossos d um bicho morto q ela queria parar d comer um dia! Ela sabia q ele tinha dificuldades para se levantar. Era a velhice chegando. Ela tinha medo da velhice. Ela se sente "de volta no passado" todos os dias, pois sabe q ficará velha e irá querer voltar aos tempos d hoje. Quando o cão tentou levantar a primeira vez e tombou, o mundo envelheceu 50 anos. Quando ele tentou se levantar d novo e outra vez caiu, ela sentiu falta do cão: ele estava velho já.

Queria entender como natural a velhice, mais uma vez, trabalho q sempre fazia. Mas... o choro não se negou naquele momento castigado d dó. Chorou muito, sozinha, de noite. Um choro tão acompanhado de anos pensando em como o tempo passa e que todos passamos e que estamos passando. Anos de tristezas, alegrias e algumas insatisfações fundamentais para realizar o novo e as suas aventuras, às vezes perigosas!

A cada passo na direção do banho ia superando o choro cravado no coração. Amava o cão. Do nada, sempre pensava num cão q nem era seu. O amor ao sentir pena é assim tão válido? Nunca achou q fosse. Mas sentia ternura pelo cão. Válido ou não sentia.

Hora d dormir. Sua impaciência veio fingir que ela não estava mais triste, apesar do dia bom! Meio cega pelo escuro onde ficamos todos n[os míopes mesmo na mais clara luz do dia, foi tateando a mesa, achando os detalhes q precisava para dormir em paz.

Viu um postal em cima da mesa. Fuçar a distraía. Podia jurar q era "O Caminito" que visitara na Argentina ano passado. Pensou: "por que esse postal? Todo mundo está indo pra Argentina mesmo!". Viu algo escrito atrás. Mas como era curiosa, gente! Viu um "y" e um "th" no nome do autor e não acreditou: o postal era d uma pessoa incrível e... para ela! Todo escrito era poesia, carinho e cor! Pronto... a noite já recebia os primeiros socorros! Instantâneamente a noite abriu os olhos. Feliz e mais calma a noite sorriu!"

Bjos moça!