sexta-feira, maio 20, 2005

DESENCANTO

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um aere sabor na boca.

- Eu faço versos como quem morre.

Manoel Band

(Nao sei se a divisao em estrofes está certa!Nao é comigo como escreve Manoel mas acontece)
Em dias de maior tristeza
permita-me desaparecer
sem deixar bilhete sobre a mesa.

Saiba que nestes dias
ando com a alma em farrapos
e isso aprendi com os gatos
não gosto que me vejam
morrer.

Lia
“Me atentaste pelo ouvido
...sussurros de tentação!
E a voz trajava o libido
Furtava a cor das palavras
Prá me deixar sem ação
Um ser só... ...de assanhação!

Aí me achei perdido
Remando na contra-mão
Levitei ao me lançar
No mar que teus olhos são
E teu perfume exemplar
Afagava ao me afogar...

Pousou-me um medo bonito
Do modo que me olhavas
Dei conta que teu sorriso
-já tão meu ar e meu pão! –
de arpão então me fisgava
E em festa te fui servido.”

Altair de Oliveira In: O Lento Alento

quarta-feira, maio 11, 2005

"O jumento e o cavalinho
eles nunca andam só
quando sai (sic) pra passear
levam a égua Pocotó
Pocotó, pocotó, pocotó
Minha egüinha Pocotó.

Luciano Pires, Diretor de Comunicação da Dana Corporation, é autor de um
ótimo livro, do qual emprestei o título deste editorial, "Brasileiros
Pocotós - Reflexões sobre a mediocridade que assola o Brasil" (Ed. Panda
Books). Em sua contra-capa, ele escreve o seguinte: "Você liga a televisão
e não se conforma com o baixo nível da programação? Abre o jornal e só
encontra notícias superficiais e sensacionalistas? Liga o rádio e parece
estar ouvindo sempre a mesma música? Ruim? Chama um 'profissional' para
fazer um conserto em sua casa e o resultado é um desastre? No trabalho,
sente a solidão de não ter interlocutores? As conversas são rasas, os
temas superficiais? Vê seus filhos decorando a mesma tabela periódica que
você decorou anos atrás? Você tem a sensação de que o Brasil está ficando
burro?
Pois eu, sim! Daí este livro".

Muito bem. Foi disso que lembrei quando, dia desses, um amigo me
encaminhou um texto de autoria de Roberto Reccinella , que dizia: "Na
terça-feira, dia 22/02, a Rede Globo recebeu 29 milhões de ligações do
povo brasileiro votando em algum candidato para ser eliminado do Big
Brother. Vamos colocar o preço da ligação do 0300 a R$ 0,30. Então,
teremos R$ 8.700.000,00. Isso mesmo! Oito milhões e setecentos mil reais
que o povo brasileiro gastou só nesse paredão. Suponhamos que a Rede Globo
tenha feito um contrato 'fifty to fifty' com a operadora do 0300, ou seja,
ela embolsou R$ 4.350.000,00.
Repito, somente em um único paredão...".

Alguém poderia ficar indignado com a Rede Globo e a operadora de telefonia
ao saber que as classes menos letradas e abastadas da sociedade, que
ganham mal e trabalham o ano inteiro, ajudam a pagar o prêmio do vencedor
e, claro, as contas dessas empresas. Mas o "x" da questão, caro(a)
leitor(a), não é esse. É saber que paga-se para obter um entretenimento
vazio, que em nada colabora para a formação e o conhecimento de quem dela
desfruta; mostra só a ignorância da população, além da falta de cultura e
até vocabulário básico dos participantes e, conseqüentemente, daqueles
que só bebem nessa fonte.

Certa está a Rede Globo. O programa BBB dura cerca de três meses. Ou seja,
o sábio público tem ainda várias chances de gastar quanto dinheiro quiser
com as votações. Aliás, algo muito natural para quem gasta mais de oito
milhões numa só noite! Coisa de país rico como o nosso, claro. Nem o
Unicef, quando faz o programa Criança Esperança com um forte cunho social,
arrecada tanto dinheiro. Vai ver deveriam bolar um "BBB Unicef". Mas tenho
dúvidas se daria audiência. Prova disso é que na Inglaterra pensou-se em
fazer um Big Brother só com gente inteligente. O projeto morreu na fase
inicial, de testes de audiência. A razão? O nível das conversas diárias
foi considerado muito alto, ou seja, o público não se interessaria.

Programas como BBB existem no mundo inteiro, mas explodiram em terras
tupiniquins. Um país onde o cidadão vota para eliminar um bobão (ou uma
bobona) qualquer, mas não lembra em quem votou na última eleição. Que
simplesmente anula seu voto por não acreditar mais nos políticos deste
País, mas que gasta seu escasso salário num programa que acredita de
extrema utilidade para o seu desenvolvimento pessoal. Que vota numa
legenda política sem jamais ter lido o programa do partido, mas que não
perde um capítulo sequer do BBB para estar bem informado na hora de PAGAR
pelo seu voto. Que eleitor é esse? Depois não adianta dizer que político é
ladrão, corrupto, safado, etc. Quem os colocou lá? Claro, o mesmo eleitor
do BBB. Aí, agüente a vitória de um Severino não-sei-das-quantas para
Presidente da Câmara dos Deputados e a cara de pau, digo, a grande idéia
dele de colocar em votação um aumento salarial absurdo a ser pago pelo
contribuinte.

Mas o contribuinte não deve ligar mesmo, ele tem condições financeiras de
juntar R$ 8 milhões em uma única noite para se divertir (?!?!), ao invés
de comprar um livro de literatura, filosofia ou de qualquer assunto
relevante para melhorar a articulação e a auto-crítica...

Há uma frase de Robert Savage que diz: "Há mais pessoas dispostas a pagar
para se entreter do que para serem educadas". E é verdade, a Globo sabe
disso! Quantas pessoas você conhece que desistiram de cursar uma faculdade
porque acharam o preço muito alto? Pergunte a uma criança quantos nomes de
bichinhos de desenhos japoneses e funções das personagens de jogos de
computador ela conhece. Você vai perder a conta. Mas se perguntar quem foi
Monteiro Lobato, como se escreve "exceção" ou quanto é seis vezes três,
ela vai titubear. Para piorar ainda mais o cenário dos próximos anos, cito
um ditado chinês: "Se você quer educar uma criança, comece pelos avós
dela". "

fonte: Contra o Vento

Su: e eu tive vontade e vi BBB alguns dias. Mas eu não posso negar q aquilo não me levou longe em nenhum aspecto!Serviu pouco...

terça-feira, maio 10, 2005

" Admitir que errou é admitir que tem um defeito a menos!"

segunda-feira, maio 09, 2005

Desculpe Erica mas... esse post bobo vai em sua homenagem!!!hehehehehe

Entrega do OSCAR na visão de um Pré-adolescente

Melhor Filme:
O Kodak Gold 24 poses.

Melhor Diretor:
Aquele que na 6ª série me pegou matando aula e não me deu suspensão.

Melhor Atriz:
A minha irmã, ao contar para o meu pai que estava grávida aos 16 anos.

Melhor Ator:
O meu pai, ao receber a notícia e dizer que estava contente por ser avô.

Melhor Atriz Coadjuvante:
A minha mãe, na mesma ocasião, tentando conter as lágrimas e manter uma aparência de contentamento.

Melhor Ator Coadjuvante:
Eu, na mesma ocasião, tentando conter o riso e parecer estar preocupado.

Melhor Roteiro Original:
O da tia Augusta, quando levou a gente para a Disney.

Melhor Roteiro Adaptado:
Na volta da mesma viagem, quando demos uma parada no Paraguai para comprar muambas.

Melhor Filme Estrangeiro:
O Fuji, fabricado no Japão, 36 poses.

Melhor Fotografia:
A da minha prima na praia, de topless.

Melhor Figurino:
O da minha irmã, se cobrindo com uma cueca, quando eu a surpreendi no quarto com o namorado.

Melhor Montagem:
A que eu fiz com um poster em tamanho natural da Carla Perez, depois que minha mãe o picou em 75 pedaços.

Melhores Efeitos Sonoros:
O meu pai tentando disfarçar um pum barulhento.

Melhores Efeitos Especiais:
A minha mãe tentando salvar um bolo que ficou 15 minutos a mais no forno.
Última carta de Olga Benário
Ansioso, Prestes levou o pedaço de papel aos olhos e leu-o com o rosto crispado, diante do silêncio dos amigos que o fitavam. Levantou a cabeça e disse apenas três palavras:
- Olga está morta.
Era um despacho curto, sem muitos detalhes:
Berlim - As autoridades aliadas acabam de informar que entre as 200 mulheres executadas na câmara de gás da cidade alemã de Bernburg, na Páscoa de 1942, estava a senhora Olga Benário, esposa do dirigente comunista brasileiro Luís Carlos Prestes.
Prestes entrou no que já começava a se movimentar rumo ao RJ, caminhou por entre as poltronas em silêncio, sentou-se e leu mais uma vez a notícia, antes de guardar o papel no bolso do paletó. Só muitos anos depois é que ele receberia a última carta que Olga escrevera a ele e à filha, ainda em Ravensbrück, na noite da viagem de ônibus para Bernburg.
"Queridos: Amanhã vou precisar de toda a minha força e de toda a minha vontade. Por isso, não posso pensar nas coisas que me torturam o coração, que são mais caras que a minha própria vida. E por isso me despeço de vocês agora. É totalmente impossível para mim imaginar, filha querida, que não voltarei a ver-te, que nunca mais voltarei a estreitar-te em meus braços ansiosos. Quisera poder pentear-te, fazer-te as tranças - ah, não, elas foram cortadas. Mas te fica melhor o cabelo solto, um pouco desalinhado. Antes de tudo, vou fazer-te forte. Deves andar de sandálias ou descalça, correr ao ar livre comigo. Sua avó, em princípio, não estará muito de acordo com isso, mas logo nos entenderemos muito bem. Deves respeitá-la e querê-la por toda a tua vida, como o teu pai e eu fazemos. Todas as manhãs faremos ginástica... Vês ? Já volto a sonhar, como tantas noites, e esqueço que esta é a minha despedida. E agora, quando penso nisto de novo, a idéia de que nunca mais poderei estreitar teu corpinho cálido é para mim como a morte. Carlos, querido, amado meu: terei que renunciar para sempre a tudo de bom que me destes ? Conformar-me-ia, mesmo se não pudesse ter-te muito próximo, que teus olhos mais uma vez me olhassem. E queria ver teu sorrizo. Quero-os a ambos, tanto, tanto. E estou tão agradecida à vida, por ela haver me dado a ambos. Mas o que eu gostaria era de poder viver um dia feliz, os tres juntos, como milhares de vezes imaginei. Será possível que nunca verei o quanto orgulhoso e feliz te sentes por nossa filha ? Querida Anita, Meu querido marido, meu garoto: choro debaixo das mantas para que ninguém me ouça pois parece que hoje as forças não conseguem alcançar-me para suportar algo tão terrível. É precisamente por isso que esforço-me para despedir-me de vocês agora, para não ter que fazê-lo nas últimas e difíceis horas. Depois desta noite, quero viver para este futuro tão breve que me resta. De ti aprendi, querido, o quanto significa a força de vontade, especialmente se emana de fontes como as nossas. Lutei pelo justo, pelo bom e pelo melhor do mundo. Prometo-te agora, ao despedir-me, que até o último instante não terão porque se envergonhar de mim. Quero que me entendam bem: preparar-me para a morte não significa que me renda, mas sim saber fazer-lhe frente quando ela chegue. Mas, no entanto, podem ainda acontecer tantas coisas...Até o último momento manter-me-ei firme e com vontade de viver. Agora vou dormir para ser mais forte amanhã. Beijos pela última vez.
Olga."

terça-feira, maio 03, 2005



Pequena montagem q fiz há mt tempo!!


E esta das bochechas rosadas sou eu!