terça-feira, setembro 02, 2003

02.09.03 - Terça-feira

PARTE 1 - QUE DIA FOI ESSE?

Terça, terça... não posso faltar aula de jeito nenhum!! É dia de um dos professores, que muito gosto, dar aula pra minha turma (do terceiro ano do segundo grau). É. Ele não sabe disso ainda. E ouvi hoje dele um questionamento que certamente ele me faria se fosse eu a dizer o quanto gosto dele.

Calma. Vamos organizar um pouco mais isso senão vou me perder... foram muitas perguntas que me fiz hoje e isso acabou de acontecer, já que foi essa manhã. Ainda não tive tempo suficiente pra pensar mas vou pôr aqui até onde meu raciocínio já chegou.

A aula do Altair finalmente começou. Então, como resolvi fazer sempre, mudei de lugar pra ficar mais próxima dele pois decidi que os professores que admiro saberiam pelo menos meu nome!!
Pensei um pouco no que dizer pra iniciar aquelas conversinhas de minutos quando ele entrou na sala, mas ele estava ocupado com xerox pra gente, ainda deveria estar pensando no que nos passaria nessa aula de literatura etc então, vi claramente que aquela não era a hora.

Finalmente, quando ele passou algo pra nós fazermos, eu acabei também não falando nada porque eu, como sempre neurótica, me deixei levar por milhares de questionamentos ao invés de tomar logo uma simples atitude!! Entre outros devaneios, fiquei achando que ele pensaria que eu estava enrolando pra não fazer o que ele nos passou e essa idéia, aliada ao fato de que eu realmente queria fazer o exercício porque achei interessante, acabou me fazendo voltar o raciocínio quase todo para literatura!!

No caso, Paola chegou primeiro e disse então que gostava dele, que era o que eu ainda estava pesquisando qual seria o melhor momento pra dizer. Ela teve a deixa, que foi eles falarem de um assunto pessoal dela, e eu ainda não.E ela sempre teve mais contato com ele do que eu.

Eu pensava que só eu gostar do professor era suficiente, até que resolvi que seria legal se eles gostassem de mim também. Antes eu estava mais preocupada com a minha relação com os meus amigos e colegas de turma porque toda hora tem algum problema e eu não queria ser desatenta com eles como sou com tudo!!

Voltando ao assunto, a resposta do professor pra Paola foi algo parecido com "Por quê?" ou "será que gosta mesmo?".
Sabia que ele diria isso!!
Esse professor não deve saber muito sobre mim (porque eu já o ouvi muito mais do que ele a mim), embora eu saiba que ele é uma verdadeira coruja e nos observa como a monte de ratinhos, bem resumidamente falando... Não. Jamais nos faria mal. Ou faria sem essa intenção.

Bom... sei que descartei a possibilidade de dizer hoje a ele o que eu queria porque Paola já havia dito. Não é bobagem!! É uma questão de escolher um momento em que ele não pense que estou dizendo só porque outro alguém disse e, claro, pra garantir que terei a atenção dele.
Eu me sentiria muito mal se fosse falar algo assim pra qualquer um e esse alguém não me desse atenção.

Algo assim pode se ouvir o tempo todo mas quantas pessoas no mundo ouvem isso de verdade? Eu me vejo singular em tudo que faço embora meu modo de expressar possa ser o mais dedutível possível porque o que conta é o que está acontecendo, mais do que como se está dizendo. Claro que, como gosto de escrever (o que não significa que eu saiba), vou tentar arranjar um conjunto de palavras que seja o melhor possível pra ocasião mas nem sempre eu vou ter o tempo que preciso pra fazer as coisas direito.

Então hoje perdi um dia de dizer que gostava do Altair assim como perdi a chance do abraço no Wendel... na hora em que aconteceu foi muito chato mas agora vejo que é melhor que ocorra quando as probabilidades deles acreditarem em mim forem maiores. O que quis dizer com isso foi que vai ser melhor que eles saibam numa próxima oportunidade mesmo pois agora não sou mais uma completa anônima. Tenho certeza de que esses 2 professores já notaram a minha mudança de lugar!!

Voltando novamente ao assunto, eu falava do Altair...
Ele hoje viu melhor quem é minha irmã e então perguntou, antes de eu responder, quem era a adotada. Eu falei que era ela e com um olhar calmo de quem diz " lógico!!" porque pra mim todo mundo sabe disso (claro que ele não sabia). Então ele me disse, muito rapidamente, "Você sabe que ela pode ser mais amada que você, né?" e não foi com um ar displicente. Ele foi mt seguro no que falava.

Na hora eu não liguei muito pois ainda estava procurando o que me fazia achar que ouvir aquilo era errado. E eu, sabendo que há muito tempo estou frágil, não poderia inicar uma conversa dessas sem argumentos bem pensados. E continuei a conversa e só na hora do intervalo pude achar o que procurava.
Minha mãe tentava dizer pra nós duas, o tempo todo, o quanto ela nos amava da mesma forma quando, ainda pequenas, afirmávamos que uma era mais amada que a outra.
Já pensou se eu tivesse algum complexo por ser menos amada e ouvisse algo assim (imaginei outra pessoa ouvindo, inclusive)? (obs.:Seria o mesmo que ter certeza que minha mãe gostava menos de mim porque até alguém "de fora" podia ver isso. Como achei certa falta de cuidado da parte dele, fiquei chateada. Mas nem tudo ainda fazia sentido... )
A segunda coisa que pensei foi que ele estava tentando proteger o lado que tinha maior possibilidade de ser frágil. Isso me consolou.

Mas eu ainda me sentia mal. Eu não posso negar que acho q ele queria me atingir. Talvez fosse como mais uma daquelas discussões de sala de aula na qual ele queria ver (na visão dos alunos) quem tinha coragem de botar a boca no mundo. Mas esse assunto era mais sério. Era sobre a minha família e algo que não anda as 1000 maravilhas e ele mexer com isso era não saber por onde ele ia, já que mal me conhece quanto mais a minha família.

Não tenho nem um pingo de raiva. Nada disso... não sei o que esse meu texto pode estar passando e por isso acho que preciso fazer essa afirmação.

[obs.2: E numa casa moravam 6. Agora somos um trio: eu, minha mãe e minha irmã.
Não sei como dividir o meu tempo com a primeira (e no tocante a assuntos sérios vai tudo bem) e com a segunda a situação melhorou um pouco.]

Voltando ao assunto, pela milésima vez, ainda na hora do intervalo, eu fui falar com a Claudia sobre o que o professor tinha me dito. Eu ainda não tinha pensado sobre tudo. Estava ainda meio magoada e estava descobrindo porquê.
Preferia que Não tivesse ninguém por perto mas também não pediria pra ninguém sair.
A reação da Claudia foi pior ainda!!hehehe.... Ela achava que eu tinha algum complexo porque eu demonstro que amo muito a mãe sempre e ela acha isso anormal. Disse que ninguém era assim e achou que fosse insegurança minha. MAs eu já expliquei pra ela que só tento fazer com que minha mãe não sinta falta de quando eu era criança. Ela lembrou, mas isso não a impediu de achar que eu tivesse algum complexo. Agora eu Não sei o que ela acha.

Na hora de ir embora, eu perguntei que dia era o encontro no Barrashppong, e então Clau falou que era sábado. Como eu ainda estava arrumando meu material, pedi pra Clau ligar pro Fillipe, do meu cel., e avisar logo o dia certo pra ele, senão eu acabaria esquecendo. Acredita que ela começou a zoar o garoto altão no cel?? Ela sabe que não deveriam ter ouvido nada disso... agora uma história que não aconteceu nada vai acabar rendendo!!
Como essa menina é discreta!!hahaha.... vc tem que avisar que até bobeira é segredo guardado a 7 chaves se não quiser que ela entregue parte do ouro!! hahaha

continua...

SuNamastê
X.

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