quarta-feira, fevereiro 18, 2004

17.02.04 - Terça - Casa dos Avós - Parte II



Minha mãe liga para o meu cel e eu atendo. Ela resolve ligar pra casa da minha avó. Foi o tempo certo do meu tio desistir d ver tv e subir pra ir dormir.
Ela me ligou triste não só pela mãe dela mas tb por aquela outra história q sempre tenta voltar a estaca zero (e é isso q magoa) mas nunca vai conseguir!
Eu quase não acreditei... não parece q ela merece tanta coisa ruim d uma só vez!!

Contei pra ela direitinho como tinha rolado a noite. Depois falei q eu tinha todo tempo do mundo pra ouvi-la pois nem com sono eu estava (00:00). Depois d passar uns minutinhos sem saber o q eu poderia dizer, me veio a mente todos os meus meios e porquês q fazem dar certo tanto autocontrole, quando a situação é grave.



Falei pra ela q quando eu estou triste eu me sinto inutilizada pois não posso fazer nada por ninguém e q eu Não queria ficar triste pois seria algo massacrante pra mim, q estava no coração da situação, na casa da minha avó, cuidando dela! Como q eu poderia fazer tudo isso se ficasse comparando o corpinho deteriorado dela d hoje com quem ela poderia ter sido se tivesse se cuidado? As vezes meu coração fraquejava e vinha um nozinho tímido na minha garganta q me informava q um choro poderia vir se eu não mudasse o rumo da conversa, então eu mudava... Aquela não era hora d eu ficar triste e era mais fácil aceitar isso quando eu via q aquela opção não existia!!



Uma coisa q eu falei pra ela q eu descobri no dia em q dormi a casa do Humberto (migo da Erica) e fui tomada por uma tristeza avassaladora foi sobre a importância d vc não só acreditar como forçar um PORCESSO INVERSO. Eu estava d saco cheio daquela “depressão” repentina q se abatera sobre mim, então eu vi q, se ao ficar triste, vc só fala e pensa coisas negativas, seria necessário eu começar a falar coisas positivas até q eles atingissem os meus pensamentos e sentimentos, já q eu Não estava conseguindo intervir neles diretamente. Era uma noite em q dormir derrotada tinha se tornado inaceitável. Isso depois d falar um pouquinho com a sonâmbula da Erica!!hehe Q não me ajudou diretamente com palavras por causa do sono mas me mostrou q eu não estava sozinha. Ela me ajudou a caminhar até o trampolim q me faria pular para uma nova situação. Ela quebrou o raciocínio negativo e acordou a minha vergonha (eu ao me ver), pois eu costumo ser otimista e estava fugindo a um ideal!! Entregando os pontos!! Cheguei a falar (ai! Q horror!!hehehe) q eu não estava mais vendo a luz no fim do túnel.



Meu pensamento se recusou a imaginar a luzinha apagada!!hehe Mas isso aí já foi instinto!! Eu comecei mesmo falando palavras q eu não sentia como: eu tenho q ser otimista, é o único jeito!, “Eu tenho força, ninguém é fraco”... “Deus só nos dá situações pelas quais temos capacidade d suportar”... aí já parti para o lado divino da história... hehehe...
Sei q fui notando q eu estava me preocupando muito só com a minha vida e q ela não era uma unidade. Eu tinha q ver bem as pessoas q eu considero pois eu não vou conseguir estar feliz se elas Não estiverem e por isso eu me sinto bem quando eu as ajudo. E eu não posso sofrer com elas um problema q não é meu pois eu tenho q ser, justamente, um ponto forte para elas se apoiarem, senão caem todos juntos!! Então, se eu controlar a minha tristeza inicial, eu consigo dar apoio a uma pessoa e, sendo assim, me sinto útil e, se a tristeza tiver q chegar d novo até mim, com certeza eu vou estar mais forte porque terei feito algum bem.

O problema é q eu acabava esquecendo as grandes conclusões q eu tirava dos períodos difíceis. E as vezes, quando eu lembrava, eu ainda demorava um pouco pra sentir d fato as tais conclusões.
Então eu estou pretendendo escrever umas regras pra minha vida em palavras chaves. Não posso escrever muito senão acabarei querendo seguir exatamente como está escrito e só agirei d forma mecanizada, o q não é certo. O q me parece certo é usar essas idéias em palavras chaves pois assim elas poderão ser desenvolvidas d acordo com cada situação.



Mas se tem duas coisas q morro d medo no meio de todo esse controle é ficar insensível e não saber mais lidar com a tristeza e passar a só fugir dela. Falei tb isso ao telefone. Seria completamente contra os meus princípios! Como u poderia compreender os outros?

Falei pra minha Mãe tb q conversar com outra pessoa era mt importante pra mim!! Porque eu converso sozinha pra pôr os pensamentos em ordem mas no meio dessa conversa já começa a vir outras coisas, ai eu lembro d alguém, de alguma festa, d algo q eu tenha q fazer a acabo me perdendo e ficando mais longe da solução do problema. É a minha famosa falta de concentração!! Então, quando estou conversando com alguém, aumenta a minha responsabilidade em relação ao q digo porque as pessoas tomam conta pra q eu não fuja do assunto, pra q eu diga as coisas d forma coerente, pra q eu organize as minhas idéias pra q elas sejam compreensíveis... e tem coisas q eu realmente só entendo nessas horas!!
Por isso q eu sempre digo: quando eu converso com alguém, eu sou a minha melhor ouvinte!! Eu Não falo nada da boca pra fora nessas horas em q apoio alguém porque eu estou reforçando meus alicerces e expondo-os a novas contestações q possam vir a me fazer mudá-los. Ou seja... é um trabalho intenso... e tem q ser!! Ou seja, todos esses artifícios (nem sei se essa é a palavra certa) q uso pra me controlar em momentos importantes não quer dizer q de vez em quando eu não fique sem chão... só quer dizer q ele pode não estar sob os meus pés mas ele existe e eu posso achá-lo!!



Controlar tb as pequenas coisas nas quais pensar. Atualmente não é hora d ficar lembrando da carinha da minha vó no momento tal... d sua mão tremendo... seu olhar perdido... seus esquecimentos....essas coisinhas q furam os pulsos da gente podem acabar cortando. Sem dúvida é mais fácil pra mim porque eu sou neta. (isso não falei no telàNo dia q for com a minha mãe... não gosto nem d pensar. Não dá pra sofrer por antecedência. Eu só acho q minha vida vai acabar. E ainda fica minha irmã dizendo q sente e minha mãe dizendo q sabe q minha mãe vai viver pouco. Elas querem me matar coração, né? Mas meu nível d proximidade com minha mãe tb é bem maior do q minha mãe com a mãe dela, o q já dá alguma diferença).

Idéias em palavras chaves já consagradas:
- A experiência pode ser boa mas não ser agradável.
- Controlar a tristeza pra ser útil. Quando ela voltar, não será tão forte pois sua ausência terá gerado bons frutos q a amenizarão.
- Minha vida não é unidade.



(2h da madruga?) Depois minha mãe ligou d novo. Eu tive q acordar, descer as escadas rápido, abrir porta cheia d tranca... saí me batendo em tudo hehehe... falei mais um pouquinho com ela.
____________________________________________



Quando acabei a conversa com a minha mãe minha cabeça estava suuuuuper no lugar!! Não sentia nem um pouquinho daquela vontadezinha d chorar q apontou em mim um número considerável d vezes no início da conversa!! Mas eu Não estava feliz... estava me sentindo insensível... mas eu estava num lugar perfeito pra acabar com essa culpa... ao sentir a profundidade da dor q poderia crescer eu pensei “não!! É melhor ficar bem agora porque a hora d sentir isso ainda não chegou”.

Sem comentários: