quarta-feira, julho 22, 2009

ReMoinho



Como a noite que badala negra,

exatamente sem carência de luz,

do séu contrário, caí!



Migra

Vem ocultando os cantos.

Muda a intenção dos encontros.

Deixa a todas as cores similar sentença.

Torna todos os gatos pardos,

porém, diferentemente sombrios.

Com o luzir das cidades que a parece burlar

engole suave o encontro,

pois sabe que encarcera aquela

com a sua incontestável imensidão,

que não se contrai, diminui ou retarda.



Ela que está por trás de toda manhã

Se fazendo lembrar em cada sombra

Continuando quando reflexo falta.

E faz

a penumbra das personalidades

encobrindo as qualidades que se pede nos anúncios de jornal.

Que muda algo de tudo que caracteriza

não deixando ser igual.



Modelagem

de criar únicos

que se procuram afim de fazer

o intransferível trocar de íntimo,

ainda que se mastigue os sentidos.

Em pedaços caímos!

Junto com a noite, para não estarmos sós,

ou como poeira lembrando dela

no jogo de claro e escuro,

nas armadilhas de quando não se sabe o que se faz!

Nas masmorras em que se fica após o prazer

por não saber o que realmente importa,

não saber ficar

ou pra onde se volta.



Ajustar como?

Referenciais banidos da ciranda!

Até a própria noite talvez pudesse deixar de ter como referencia,

já que é tão predominante,

um sol que se foi.

Mas em sua grandeza desumana

ela não liga pra isso.



Moinho

Remoendo os anseios bem de manso.

Nota-se alguns brilhinhos em meio a lavra

moedas que mudam

do quanto custou

tudo que por dentro passa.

Alimenta o fogo

que corta a ausência de luz

com mais naturalidade.

Não compensa o burlado,

Mas reverencia o universo do discurso.



Passeio na areia movediça por entre mortos e vivos

Incerta e sazonal

Na urna onde decido repousar



Mosaico fluido

Moça que passa

Mossa que fica



Moça que fica,

Mossa que passa

Antes de fugir de casa.

SuN em 30.11.06

Sem comentários: