quarta-feira, março 17, 2004

01.03.04 – Segunda-feira – Morte e Vida
Dia do enterro da minha avó (e do Mineiro!!!)


Oração de São Francisco de Assis

Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz!
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
Onde houver discórdia, que eu leve a união;
Onde houver dúvidas, que eu leve a fé;
Onde houver desespero, que eu leve a esperança;
Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
Onde houver trevas, que eu leve a luz!

Mestre, fazei com que eu procure mais
Consolar que ser consolado;
Mais compreender, que ser compreendido;
Mais amar, que ser amado.
Pois é dando que se recebe;
É perdoando que se é perdoado;
É morrendo que se vive para a vida eterna!


Quem saiu de Seropédica (Serô): eu e Erica fomos com o Ivan e Sharon foi com minha mãe.

Chegando lá, fiquei feliz d ver minha tia e o tio-avô Nildo e abri um sorriso para essas pessoas q não estavam mt perto d mim mas q, com certeza, me viram e não fui correspondida. Eles deviam estar afundados na tristeza d forma q seus risos espontâneos devem estar sofrendo detenção até segunda ordem (dos acontecimentos). Sendo assim, me situei, lembrei q estava num enterro e q as pessoas não estavam entendendo as coisas como eu, q estava suficientemente controlada pra não sofrer, porque sofrer é mt fácil então, provavelmente, não deve ser essa a opção certa.

Quando chegamos, familiares e amigos da Dona Nilza começarem a cantar a Oração d São Francisco e então eu não resisti. Chorei. Mas não sofri. As lágrimas rolavam com um porquê mas sem pensar, sem curtir a dor e a morbidez do momento. Elas caíam porque mt coisas aconteceram e eu participei d muitas delas quando o ponto final estava próximo ou praticamente iminente. E porque eu estava com vontade q o q ficou d ruim d tudo q eu peneirei desses acontecimentos, d alguma forma, saíssem d mim porque nenhuma situação (mesmo q bem encarada) vai sempre me (ou nos) render só coisas boas e eu estava com medo d ficar algo mal resolvido e invisível dentro d mim. Quero eliminar as chances d entrar em colapso.

Quando as orações acabaram me dirigi às pessoas da minha família para dar-lhes bom dia (eram9:30, talvez): meu Avô, meu tio William, minha tia Sheyla, meu tio Nildo, tia Betinha (mulher do Nildo) e o primo da minha mãe Ricardo (q eu só fui conhecer hoje).

Ao abraçar minha tia, com as palavras q tentava dirigir a ela para dizer o quanto eu tinha dado força pra ela estar ali, apesar d todos serem contra (por causa do trabalho e despesa q daria ela sair ontem de Brasília e estar no enterro da minha Avó hoje), algo a mais resolveu fugir com tais palavras e o choro quase não deixou q eu me fizesse entender, apesar d ter sido comedido. Eu disse q sabia q era importante pra ela esse último contato com sua mãe então, para q minha Avó fosse em paz, ela tb teria q assim e estar não importando quem era contra ou a favor. Gostei mt d vê-la e ela foi o primeiro motivo q me incentivou a ir ao enterro.

Foi o primeiro enterro no qual eu, minha Mãe e minha Tia estivemos.

Após o desmanche do cordão d pessoas em volta do caixão (putz! Até a palavra é feia e pesado por si só!) da minha Vó, q está feliz da vida lá em cima enquanto a gente está tentando recompor os nossos corações aqui em baixo, eu fui ver as fotos q minha tia tinha trazido. Tinha foto das 3 crianças (lindas e maravilhosas!!!!!!!!) dela do carnaval e........... do aniversário da minha avó! Eu estava lembrando sempre desse dia!

Lembro até d uma situação chata q aconteceu nesse dia. Minha Avó posava para uma dessas fotos q minha tia ia tirar. Na primeira, foi como ela quis: todo um jeito d suspender o ombro esquerdo para acompanhar o rosto q virava para esse mesmo lado, na direção da “fotógrafa”, enquanto um sorriso era esboçado. Captura a imagem q incluía o bolo a frente do alvo principal. Da segunda vez q minha Avó foi posar, d forma parecida, minha tia falou “fica direito mãe!! mais natural” e minha Avó murchou: o ombro caiu, o sorriso perdeu metade da abertura e só o menos importante continuou no lugar q foi a cabeça virada para a direção da futura foto. Eu ainda protestei ao ver o início dessa desistência d pose falando q eu tinha gostado da foto anterior mas d nada adiantou... E essa foto eu achei no álbum q minha tia trouxera. O contraste não era mt grande com a q tinha a pose mas, pra quem sabia a situação na qual ocorreram, SÓ por isso era uma triste lembrança. E para não me deixar entristecer, o tempo todo repetia, após ter encontrado as fotos do dia do aniversário da minha Vó, “vai chorar por quê? Ainda não entendeu q sua avó deve estar super feliz e ao lado do amado pai dela?”.

Eu olhei pra minha irmã, q olhava para o caixão e talvez só o visse porque, como ela estava sentada e é baixinha, não devia estar conseguindo enxergar o rosto da minha avó. Q carinha era aquela é o q vou tentar contar... ela tinha voltado a ser criança e o mesmo bico da “Pequena sharon” praticamente “enfeitava” seu rosto agora. E seu olhos, responsáveis pela chegada do “bico”, tb tinham uma expressão diferente e pareciam mais pra fora. A região em volta deles, eu acho q notei avermelharem-se. Acabei resolvendo chamar de “enfeite” porque quando a Sharon era pequena era mais fácil pra nós sermos irmãs.
Eu estava preocupada com essa criatura (q não vai ter os 20 anos q vai fazer) porque não queria q ela ficasse traumatizada... Ela gosta das pessoas d um jeito difícil e, apesar d tanta impaciência dela com minha Vó, era impossível ela não sentir nada naquele momento. E eu queria Ver o q ela ia sentir mas acho q só captei mais a fisionomia mesmo. E eu queria vê-la chorar porque acho q ela vai tirar onda no futuro dizendo q “todo mundo” chorou menos ela e não por querer q a situação a maltratasse mas ela não chorou. E eu posso entender um pouco o porquê de tudo isso quanto ao choro q não rolou e eu acho q foi porque ela segurou porque eu tb não gosto d chorar na frente dos outros. Sentei um pouco ao lado dela e fiz um carinho em sua perna. Esse carinho não me doeu porque eu queria MESMO consolá-la mas o abraço Não encontrou solo fértil pra brotar... ficou só a semente no pensamento. Peguei as fotos da minha tia pra ela ver depois d pensar q ela não fosse querer mas ela quis.
Ela falava d um jeito moderado, não era exatamente calmo (embora parecesse), era bom d ouvir mas ruim pelo motivo q o fazia “Surgir” (porque nela ele não parecia existir).

Achei legal minha mãe não querer ver as fotos porque eu acho q ela não está pronta. Aliás, pra outras coisas como ver a letra da minha avó eu tb não estou mt preparada... a letra tem mais da presença do q a foto? Estranho, né? Mas acho q faz sentido. Você não precisa participar da foto pra ela acontecer porque você simplesmente olha pra ela e, mesmo se não olhar, ela te faz aparecer. Já quando você ESCREVE... você tem q pôr as letras do SEU JEITO, prestar atenção pra ficar legível, escolher as palavras... Agora não estou achando mais tão estranho.

Como minha Avó está feliz e quem morreu não fui eu, o choro passou e o riso chegou. Eu estava bem (e minha avó, feliz... repeti isso mais algumas vezes pra não me sentir culpada por estar sorrindo, pra mostrar q eu sabia o q estava fazendo).

Não posso esquecer d “dizer” q o tal do Ricardo, mais conhecido como Ricardinho, é uma gracinha e seus quase 40 anos não aparentam nem um pouco. Eu e minha irmã demos 30 e 32, respectivamente, pra ele.

Didi (!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!) estava lá!!!!!!!!!!! O Pai do Dodô (Douglas)!!!!!! Hahaha!! Demorei um pouquinho pra reconhecer o rosto d quem me tratava TÃO bem, mas acabei lembrando d quem era sozinha!! E ali estava ele me chamando d “Nora preferida” porque eu “namorei” com o filho dele quando eu tinha 10 e o Dodô, 13. Didi é uma pessoa mt agradável, mt simpática, parece ser super espontâneo e, claro, adorei ficar ouvindo “nora preferida” o tempo todo d alguém q me deu alguns abraços depois d tanto tempo sem nos vermos e d pouquíssimos nos falarmos (depois daqueles meus 10 aninhos). Não estou acostumada a ver minha mãe recebendo menos atenção - porque mulher bonita sempre tem atenção (principalmente ela, q não se acha, é super inteligente e simples) – mas vi q minha tia fisgava mais os olhares e palavras d Didi em momentos d elogio!! “Aí tem coisa”, me passou pela cabeça, mas eu nem cheguei a alicerçar esse pensamento porque eles são amigos de infância e achei q “coisa” só teria na minha cabeça mesmo, com essa história d ficar recebendo msgs super fofas do mineiro!!!hehehe
Ao chegar em casa e comentar q eu achei lindo minha Mãe, minha tia e o Didi conversando com 3 velhos amiguinhos e se adorando, minha mãe falou q o Didi já tinha sido apaixonado pela minha tia no passado. Aíííííííí voltou aquele pensamentos e a base toda reforçada pela minha mãe: “lembra daqueles elogios? Ali ainda tem ‘coisa’ “ hahahahahahahaha Depois d achar q era só por minha causa q o Didi me elogiava resolvi pensar: “É! Dessa vez não deve ser porque eu sou filha da Shirley mas sim, sobrinha da Sheyla!!” Hahaha... Eita família d mulé bunita!

Como Erica perguntou se eu iria com ela procurar onde estaria enterrada sua avó, lá fui eu (andar naquele sol sem protetor solar, durante apenas alguns minutos, e ficar ardidinha no rosto, principalmente). Andamos primeiro a criticar os jazigos grandiosos de mármore, q praticamente jamais serão engolidos pela Terra! Depois eu fiquei lembrando q tem gente q não tem a instrução q eu tenho pra aceitar melhor a morte d um ente querido então o corpo q resta é tudo q ainda existe da pessoa q se foi... sendo assim, deve ser difícil mesmo simplesmente enterrar e esperar q a natureza tome as providências cabíveis. Eu mesma ainda olhei um pouquinho para aquele corpo q era da minha avó e fiquei achando estranho como q a vida conseguiu fazer tanta diferença ao sair dele... como ele Não “se” move e nada mais funciona... a boca dela ficou estranha à beça... então, quando começa a enraizar pelo coração aquela sensação d “nunca mais desse lado do mundo minha avó estará comigo” eu começo a pensar “Ela tá FELIZ” e tudo melhora. Imagino-a sorrindo... qualquer hora eu vou estar lá mas tb não quero ir agora...
Chato como até no cemitério vc vê nitidamente o contraste social... jazigos de mármore, mausoléus... e pessoas simplesmente enterradas no chão só com uma cruzinha em cima com a data... Os visitantes tb não devem ter mt cuidado porque algumas dessas cruzes estavam praticamente derrubadas no chão...
Erica chegou a avistar a cova de sua avó mas nós desistimos d alcançá-la porque o chão estava repleto d lagartinhas... eu ainda estava mais vestida mas a Erica estava d sandália então, apesar d Não ter desistido prontamente, não demorou mt para aceitar a idéia.

Eu e Erica voltamos (até um tanto apressadas) para próximo da capela onde minha avó tinha sido velada porque pensamos q só deviam estar nos esperando para ir embora. Nada disso!! Didi ainda estava trocando figurinhas com minha Tia e minha Mãe e eu fiquei na rod,a mais como platéia do q como parte integrante, porque gostei mais do Didi agora q tenho sei o q gostar em alguém, coisa q eu Não devia saber mt com 10 anos. Demorou um bom tempo para irmos, finalmente. Não posso terminar sem acrescentar q o Dodô está com namorada e o Didi me disse lamentar não poder escolher a nora q ele queria!!hahaha

Fomos (Eu, Sha, Eri, Mãe, Tia, Tio e Vô) pra casa dos meus avós... ou melhor, meu Avô. Almoçamos uma comida q compramos pelo caminhos. Sha, Mãe e Eri passaram mal, inclusive... mas eu estou aqui, firme e forte sempre, num senti nadinha!!

Outro lado da Vida
Não demorou mt nós fomos embora pra Serô. Um novo acontecimento começava a tomar maior parte dos meus pensamentos. Aquele climinha d torcida da Eri e da Mãe... mt engraçado!! A sensação era boa mas o “não sei” sempre chegava pra cortar um pouco o barato. Nós 3 nos sentamos e ficamos trocando umas figurinhas enquanto minha irmã dormia...hahaha. Eri falava os podres dos homens e minha Mãe concordava, as duas tb diziam q sempre tem um lado bom e eu concordava... hehehe Tb não sou uma completa analfabeta no assunto “relacionamentos“. O q faz elas terem mais a voz da verdade do q eu é o fato d eu nunca ter namorado.
Foi super gostoso!!!!!

Depois (14h) Eri e eu combinamos d dormir um pouco (eu acabei não dormindo) enquanto minha Mãe e as coisas boas do dia iam cuidar bem da vida dela. Mt boa essa nossa sintonia mais prática, né? A diferença é q com ela é amor, com a Eri são coisas do tipo e comigo ainda nem é!! Sem ter certeza d com quem estou, fica difícil tb eu saber o q eu quero embora meus ideais me digam várias coisas. Tento preservar a liberdade d todo mundo... e, pra quem ainda não sabe, eu falo do Mineiro!! Hoje, finalmente, ele chegou de MG!!

Quando deu 18:30, saímos daqui d casa (Eu e Eri) e fomos para UFRRJ de van porque já estava escuro e nós jamais nos esqueceremos daquele aviso de Deus (!!!!!!) q recebemos no sábado, se não me engano!! Ao chegarmos lá, primeiro fomos até o F2 na tentativa d encontrar Edilene (pelo menos) pra avisar q hoje Não tinha clima para discutirmos sobre a peça no nosso grupo d teatro porque eu não estava legal devido à morte da minha avó e, quanto a Eri, ela estava passando mal do almoço.

Depois disso, não tomamos o caminho do M5, como d costume... fomos para o M3, alojamento do mineiro!! J
Liguei pra ele e ele estava por perto. Pra vê-lo foi uma questão de minutos.

Erica fez o papel d irmã mais velha e deu uma faladinha com ele.

Minha segunda impressão dele foi q realmente era uma carinha d criança em cima d 1,82m!! O sorriso então... deixava com mais cara criança ainda!

Aquela primeira olhadinha dele pra mim... hahaha! Eu estava com uma blusa curta e, com certeza, ele notou! Eu e ele conversamos um pouco e fomos andando pelo campus da UFRRJ. Chegamos a falar do blog e ele disse q eu poderia pôr o nome dele pois não teria problema e tal... o nome do lindinho é Fabrício. Eu emprestei pra ele o livro sobre o meu signo, gêmeos, q falei q tinha tudo a ver comigo.

Ficamos ali perto do posto... naquela rodoviariazinha... Não sei mt o q dizer... ele vai ler... ele tem o endereço do blog!! :) Foi bom mas conversamos pouco mesmo quando tivemos "oportunidade" (hahaha!!). E, pra uma geminiana, eu não ter o q dizer é desconcertante. Quando cheguei em casa já tinha um mont d coisa na cabeça!

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