sábado, dezembro 20, 2003

Q droga de final de ano é esse!

Minha cadela, Lara, q mora na casa do meu pai, há 1 mês comeu um bicho q ninguém conseguiu identificar o q era pelo q sobrou dele no chão. Sendo assim, sua resistência imonológica baixou. Na parte trazeira ela começou a perder pêlos em algumas regiões onde se formaram feridinhas. Já não comia direito. Todo dia eu me dizia q iria à casa do meu pai vê-la mas muitas vezes esqueci e muitas horas "não dava" ou não dava mesmo.
Na semana passada, ela pegou uma doença devido a uma bactéria transmitida por carrapato. Há 3 dias atrás somente q fui ficar sabendo do estado grave dela. Ontem meu pai achou melhor q não fôssemos à casa dele porque teria festa da Histologia (área na qual ele trabalha na UFRuralRJ) e a atual namorada dele estaria lá e poderia causar algum constrangimento a nós. Então, só restaria ir lá a partir d hoje. Porém, com muito medo d q algo desse errado e eu ficasse protelando o dia de ver a Lara de novo, resolvi ir na mesma noite em q recebi a notícia. Quando Sha, Érica e Eliza chegaram, todas nós (incluindo minha Mãe) fomos pra casa do meu pai. Eu já tinha chegado do curso de CG (onde não vi o Wendel, já ficando chateadíssima) e ligado pra ele e ele não estaria em casa pois a sagrada farra dele com os amigos sempre foi às quintas. Mesmo assim fomos porque só precisávamos ver as cachorras: doberman marrom Teka, vira-latas Pennélope e a doentinha Lara, domberman preta, mãe da Teka.

Ao chegarmos brincamos um pouco com as q ficavam soltas no turno do dia, Teka e Pepe, e depois fomos ver a Lara. Elas não podiam ficar todas soltas juntas senão a Lara ficava tentando matar a Teka, q acabou ficar meio anormal depois d tanto apanhar. Teka não é confiável (as vezes nos mordia d leve) mas a Lara, com a família, sempre foi. Lara sempre foi mt ciumenta. Os veterinários dizem q quando um filhote nasce com problema a mãe tende a matá-lo para q o problema não cresça. Quando Teka era pequena Lara a machucou algumas vezes... e quando Teka cresceu virou um serzinho adorável mas pouco confiável... mas não deu pra saber se o problema entre elas era ciúme ou "racional".

Voltando ao assunto, nessa visita, na hora d vermos Lara, abrimos a porta d um quartinho no quintal onde ela estava. FOi uma cena meio chocante ver a porta empurrar uma quantidade considerável d sangue para q pudéssemos entrar. O contraste do vermelho com o branco da porta recentemente pintada era forte... Havia mt de um líquido incolor e sangue no chão. A cabeça da Lara se encontrava enfaixada devido a sangramento pelas orelhas e em momento nenhum erguida. Ela deve ter se levantado quando nos ouviu chamando, enquanto prendíamos as outras cadelas para q não a importunassem, mas não porque seu corpo podia. Ela estava muito fraca e as perninhas tremiam, não estando nem um pouco firmes. O som mais alto q ela emitia era o d uma respiração fraca e estranha, não conseguindo nem chorar, parecia tentar. Depois de todo este cenário q vimos era difícil achar q ela viveria o próximo dia par. Minha mãe começou a rezar pra q, se ela tivesse q morrer, morresse sem sofrimento, de repente. Embora em toda minha reza sempre houvessem dúvidas, hoje só havia o desejo q d o melhor fosse feito por ela.

Vinha a minha cabeça q ela iria morrer logo mas ela também era imortal, assim como Ringo (o primeiro cachorro q tive, tb doberman preto e morreu devido a um tumor) então era difícil a primeira idéia fazer sentido. São animais q estiveram comigo desde pequena e isso dava a impressão d sempre. Quando Ringo morreu eu Não acreditei. Naquela noite de quarta a saudade da Lara já era pra sempre.

Não há nada mais inocente do q um animal então porque ele tem q sofrer tanto? Quando ela me olhava com aquela cara d quem não entendia nada era a coisa mais inocente do mundo pra mim. Foi horrível... aquele olhinho castanho q era d um animal tão forte agora morria e me matava um pouco. Não era justo só restar d toda força dela somente aquele corpo tão indefeso!! E eu sabia q não poderia passar a noite com ela.... e ela? O q sabia? Deve ter pensado q mais uma vez eu a abandonei... e q demoraria tanto tempo pra voltar... Me sinto a pior pessoa do mundo porque depois q me mudei, em julho do ano passado, eu a vi 2 vezes mas só fui vê-la 1. A outra vez a vi foi por causa d um churrasco familiar, d aniversário do meu pai, na casa dele. Nada justifica o abandono e é isso o q mais me mata: a culpa!!

Hoje, tarde d sexta, meu pai veio aqui em casa... deixou os presentes d natal e falou q iria viajar. Sinto mais saudade dele quando estou com ele e a distância entre nós, com ele na minha frente, é maior do q imaginamos. Gostei de vê-lo e o abracei. O rosto dele não estava legal. Isso já demonstrava q ele sabia d alguma notícia q não era boa. Então ele transformou em palavras o porquê daquela expressão triste q não era só do nosso natal em pedaços, pois ele não passaria conosco, mas tb o d q a Lara tinha morrido noite passada!! Teve parada cardiáca, tentaram ressuscita-la mas foi em vão, d qualquer jeito o tempo dela tinha acabado!!

As lágrimas foram instantâneas e pareciam querer me lembrar como elas eram capazes d sair tão fáceis. Sabe o q é vc ver e sentir d todas as formas o "nunca mais"? O ruim não é morrer o ruim é o "nunca mais". é muito radical e definitivo. Não tem acordo ou período de adaptação, é um adeus pleno... nada mais é pleno. Eu não sei se sou uma pessoa boa o suficiente pra ter certeza d q faria diferente se tivesse uma segunda chance mas acho q sim.

Eu não sei o q pensar... não tem conserto, eu tenho q me conformar. Só queria q ele pudesse me ouvir d uma forma q ela compreendesse... Vou cuidar melhor das q ainda estão aqui. Vou deixar ela me rondar até q eu me torne uma pessoa melhor...











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