terça-feira, agosto 11, 2009

A morte q não chega
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Não acabo nem com a morte. Vou deixar este corpo pra continuar aproveitando a memória dos q passaram junto e mim e me levaram pra longe. Viverei diferente. Onde eu não podia pisar, nem ver ou ouvir, mas apenas existir dentro de alguém como uma lembrança, passará a ser minha única existência. Fatos meus só serão inovados pela troca de vida de tempos passados com outros, cada vez mais velhos amigos meus, que se encontrarem sorteados pelo mundo e lembrarem meu nome. Ou ainda pela surpresa se uma mente q só quando retocada por um filme, por uma paisagem ou por um cheiro recuperar ou criar, na saudade, algo esquecido. Quando eu faltar depois da inevitável... ainda gostaria de estar em espírito, materializar presentes, passar mensagens, avisar q cheguei onde devia (com detalhes ambíguos se for preciso hehehe)! Porém, se chegando no outro mundo eu descobrir q acabei, e morrer for simplesmente deixar de ser, espero q nesse q deixo, quem acreditar em certos mistérios possa ter, ou recriar com sua própria fé, um pouco de mim. Porque, se fosse verdade, eu pagaria quantas pecados fossem necessários para confortar quem a dor viesse abordar só pela minha falta.
Porque hj mesmo não gostaria de faltar. Não olho pra cama q deixo vazia, mas só para aquelas q preciso preencher. Não quero olhos chorosos quando vou embora porque sei que logo vou voltar. Penso na chegada, em quando vou estar, em conhecer o novo e dividir isso com tudo q já fui pelos lugares onde já estive. Comporto-me como se fosse a última vez e chance (naquele momento q será um dia breve no meio de tanto passado), no entanto, em desejo é tão bom q não seja! Eu não quero morrer agora em hora nenhuma. A esperança pela minha volta é uma prova da minha vida e não angústia pré-sentida como num ensaio para quando eu tiver partido definitivamente.
Sei q já me fiz de morta e que já quiseram me matar. Sei que ainda há quem queira mas não me ocorre ninguém que talvez queira de verdade. E já ouvi isso de uma boca q sei q me ama mais! Das que tentam me esquecer ouvi desejos de quem não sentiria falta. Quem diria q lugares q um dia t ofertaram tanta vida viessem a querer apagar qualquer raio dela ainda q apenas com palavras!
Aí é que viver enverada pela via da indiferença ou do perdão. E quando preciso do perdão são nos momentos em que sou mais imperdoável! Assim, fico tentando diluir meus erros em esbarrões pelas ruas, pisadas em pés desconhecidos, um encartezinho que não pego e respondo "perdão" gentilmente. É uma forma boba de tentar viver mais 1000 anos!
SuN

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