quinta-feira, dezembro 06, 2012

Huuuum...
- Sexualidade sagrada
- um rosto que aparece no torso
- histórias bem picantes e engraçadas
- a dimensão contagiante da alegria e do riso sagrado, junto com as festividades ...
... e assim esquecemos dos limites da nossa existência
- combinação de impulso sexual, natural e instintivo, e da arte altamente elaborada de amar
- o q é o amor? Amores.
energia criativa que une a sexualidade com espiritualidade
- corpo, cristandade, ciência, paganismo, religião, consumismo

Outros mundos possíveis

Acho muito interessante acessar outras religiões (inferiorizadas, as religiões pagãs foram enquadradas na categoria do "mito" = aquela religião q sabemos q não é verdade) e ver como era possível estabelecer fortemente outras relações frente ao que hj vira polêmica devido a uma moral cristã!

A deusa Baubo, a partir do olhar q este texto apresenta, é um dispositivo interessante! Ela une espiritualidade e sexualidade QUANDO o cristianismo relegou ao corpo um lugar tão marginalizado (se vc dá vc é biscate, se vc não dá vc é santa!). QUANDO hj, sexo com quem não se ama não pudesse ser tb um pouco d espírito. Como se o espiritual fosse sempre algo religioso e se vc não crê em Deus ou em outra religião, "vc não crê em nada"! O espiritual tem q ser cuidado sim: mas há várias formas para isso!

QUANDO tb o capitalismo relegou ao corpo um lugar de estereotipia dentro d uma ditadura da beleza e de consumo, na forma de vendê-lo fazendo com q alguns se achem incapazes d serem amados.

Não acho q a natureza é feminina. A natureza é tudo e o feminino é humano. O macho e a fêmea (biologicamente falando, algo q ultrapassa o q cada cultura considera como mulher/feminino) também é relegado a uma certa categoria d animais. A natureza contem seres assexuados como as amebas que simplesmente se fragmentam para se multiplicarem! A natureza é aquilo q fazemos totalmente parte e não ela parte d nós. Nós somos uma parte dela. Ela é um universo e não universal porque ela contém todas as diferenças sem contradição. O sol tb faz parte dela. Qual o sexo do sol? Se o sol fosse entender o mundo do jeito dele, com certeza seríamos só seres sem luz! rs O sol não tem umbigo e nós é q usamos nossa forma d conhecer como dominadora e centralizadora. Esquecemos d existem outras formas d conhecer além da racional, como a emocional, e q não basta uma coisa fazer sentido pra nós pra conseguirmos praticá-la: tem q ser vivível!

Gostei nesse texto da valorização dos diferentes corpos, do riso e do picante como formas d viver e de superar, de relacionar sexo com amor podendo a gente perguntar "d que amor aqui se fala?" porque eu não compartilho do amor tido como romântico. Um tipo d amor pra mim é a intenção d amar. Outro tipo d amor pra mim é a capacidade de se importar. Há outros amores q só vem com o tempo.

É um texto abrangente q critica o cristianismo, o racional/científico como forma preponderante d conhecimento, vai contra a categorização d uma forma d existência como pagã arcaica, portanto, inferior as religiões d hj quando todas as religiões lançam mão d explicações mágicas e incomprováveis. O milagre não é divino: é natural! Enquanto quisermos colocar isso como merecimento ainda vamos querer traçar hierarquizações num terreno q nunca deveria virar latifúndio d nenhuma religião: o espiritual! Se as formas são infinitas, as crenças tb são. Se a única possibilidade d algo ser verdade para si é ser verdade para todos, ainda estamos agindo d forma colonizadora.

SuN


Matéria:

BAUBO:O PODER DA ALEGRIA



Baubo é uma antiga Deusa Grega do Ventre, conhecida também pelo nome de Iamba, era esposa de Dysaules e mãe de Mise. Em suas representações não possui cabeça, e sim um rosto que aparece no torso.

Sua história nos chega da Antiga Grécia, quando Deméter era a Deusa Mãe da Terra e todos os dias passeava pelos prados para cuidá-los, garantindo assim que houvesse abundância em nosso planeta. Regava as plantas, fazia florescer as árvores, sempre acompanhada da filha Perséfone que amava profundamente.



Um certo dia, Hades, o Deus dos Infernos seqüestrou Perséfone e a levou para as entranhas da terra. Deméter caiu então, em profunda depressão. A terra reflete seu desespero e os campos se tornam estéreis.



Deméter em sua peregrinação atrás da filha chega a um lugar chamado Eleusis chorando muito. A pequena ama Baubo, vendo-a tão desesperada, acercou-se dela dançando, levantou sua saia e mostrou sua vulva. Deméter sorriu e Baubo abraçou-a e disse-lhe que como Deusa da Terra, ela não poderia ser destruidora e sim transformadora. Em seguida continuou contando-lhe histórias bem picantes e engraçadas. As duas riram muito juntas até que a Mãe da Terra adquiriu novas forças para ir em busca da filha. A Terra riu com as Deusas, a Terra Floresceu.

A dimensão contagiante da alegria e do riso sagrado, junto com as festividades e cerimoniais em que se vê envolto, afasta a humanidade de seus pesares que constantemente os aferroam, afirma a vida e vence os temores da morte e da esterilidade. Através da alegria e do riso nos esquecemos dos limites de nossa existência, além de nos ajudar a vencer obstáculos que põem em perigo a continuidade da vida.



Baubo é a Deusa radiante, amante do sorriso. Ela é a combinação de impulso sexual, natural e instintivo, e da arte altamente elaborada de amar.

Baubo vive em cada uma de nós, é a capacidade que todas nós temos de nos levantar e seguir em frente depois de um momento triste. De apostar no riso, como auxiliar na cura de nossas depressões. Baubo nos faz ainda entender como é poderoso, belo e mágico o corpo feminino. Qualquer que seja sua forma e seu tamanho, nosso corpo é único e, portanto, especial. A maioria das mulheres ainda se deixam prender na teia da propaganda que nasce do mundo do consumismo popular.

Comparando-se às outras, em vez de apreciar o que ela própria é, se tornará cativa daquilo que ela erroneamente identifica como defeitos pessoais.



Os germes de desprezo pelo corpo nos foi passado pelas primeiras décadas do cristianismo e acabaram infectando toda a consciência ocidental. A capacidade do homem de criar hoje vida em laboratórios, com seleção do DNA, é típica do desprezo pela matéria enquanto "matéria" e pelo processo natural de seleção e adaptação. Mas é deste modo, que a mente científica tenta nos colocar fora da natureza, reforçando a persistente alienação do corpo que teve início na era cristã.

Muitas pessoas ainda hoje, se sentem desamadas, ou até indignas de ser amadas e muitas ainda, tem a certeza de terem perdido a capacidade de amar. Mas este vazio difuso de que as pessoas se queixam pode ser explicado em termos de perda da conexão com a Deusa, aquela que renova a vida, traz o amor, paixão e fertilidade. É a Deusa Baubo que faz a ligação com uma camada importante da nossa vida instintiva, nos trazendo de volta o riso, a alegria, a beleza e a energia criativa que une a sexualidade com espiritualidade.



Hoje já não temos a oportunidade de segurarmos a imagem da Deusa com o carinho de antigamente, pois a mente racional simplesmente relegou-a a categoria de práticas pagãs arcaicas. Entretanto, no corpo do pensamento psicológico, as imagens das Deusas são consideradas "arquétipos". Arquétipos são formas preexistentes que integram a estrutura herdada da psique comum de todas as pessoas. Essas estruturas psiquícas são dotadas de densidade emocional e quando ativadas tem o poder de transformar o nosso consciente.

Acredito, que Deusas como Baubo, segura e confiante em seu corpo e sua sexualidade, pode nos ensinar a adquirirmos confiança em nós próprias, para que possamos compreender que a nossa sensualidade com seus impulsos naturais não são pecaminosos e sim um dom divino.



ENTENDENDO A SEXUALIDADE SAGRADA



Baubo é uma antiga Deusa da Grécia associada a sexualidade sagrada. É também um arquétipo da vida, da morte e da fertilidade. A sexualidade sagrada, a fertilidade e a imortalidade são conceitos que estão unidos na concepção mágica dos povos antigos. A representação da vulva não é mais do que a perpetuação do feito mágico do nascimento. Toda a criação é um mistério numinoso, um segredo de que a humanidade freqüentemente "se afasta", em uma atitude que, mais tarde, é erroneamente interpretada como "vergonha". Na figura da Deusa Baubo, o seu ventre representa o símbolo numinoso da fertilidade. Enquanto que na posição frontal, toda a nua feminilidade da Deusa é permeada pelo numinoso que dela emana como fascinação, essa limitação à zona do ventre ou do útero expressa do aspecto inumano e grotesco, a autonomia radical do ventre aos "centros superiores" do coração, seios, cabeça, e assim entroniza-o como sagrado.



A Deusa Baubo reflete três aspectos particulares da existência humana: idade Anciã (chegada da menopausa), Mulher Fecunda e poder pessoal transformativo.

Baubo é uma Deusa Anciã irreverente e alegre com sua sexualidade, que vem lembra-nos que sexo é amor e prazer e é, sobretudo mágico. Ela chega as nossas vidas para dizer:

-"Vamos comemorar! Nós temos nossos úteros, nossas vulvas, nossa vida. Vamos dançar!". Tente... não custa nada, dançar e rir ainda é de graça. Coloque a palma de suas mãos um pouco abaixo centro do abdomen (em cima do útero) e embale-se em uma dança improvisada. Quando estiver pronta ria alto e o quanto puder. Rir é contagioso, portanto, a partir de hoje sorria muito e infecte o mundo com a epidemia de seu sorriso.
in: http://www.rosanevolpatto.trd.br/baubo.html

Fonte: http://sagrado-feminino.blogspot.com.br/2009/04/bauboo-poder-da-alegria.html

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