"Os sinais do declínio do Império estão por toda parte. A população despreza suas próprias instituições, a queda de natalidade, a recusa dos homens em servir ao Exército, a dívida nacional incontrolável, a diminuição das horas de trabalho, a invasão do funcionalismo, a degeneração das elites. Com a destruição do sonho marxista-leninista não há nenhum modelo de sociedade do qual dizer: 'é assim que gostaríamos de viver'. Como no plano privado, a menos que seja místico ou santo, é quase impossível moldar sua vida a partir de um exemplo à sua volta. Vivemos um processo geral de dissolução de toda a existência. Esse processo é inevitável? Sim, certamente. Ainda que os charlatões afirmem que a salvação está na comunicação, no circuito impresso, na renovação religiosa, na forma física ou em qualquer outra tolice. O declínio de uma civilização é tão inevitável quanto o envelhecimento. No máximo, se pode retardar o processo. Só. Note que temos a sorte de viver fora do Império. O choque é menor. Devo dizer que no período atual vive-se bem, sob certos aspectos. De todo modo nosso funcionamento mental impede outras formas de experiências. Não creio que pudéssemos viver com puritanos da Nova Inglaterra de 1650." (O Declínio do Império Americano)
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