Na reflexão feita acerca das teorias do cinema, há seis maneiras de entendê-lo. Uma delas é o cinema como linguagem. Ele fala como que além de evoluir "O significado das palavras também pode involuir, ou esvaziar-se, como diz o poeta, ao falar de uma RUÍNA:
" Um monge descabelado me disse no caminho: 'Eu queria construir uma ruína. Embora eu saiba que ruína é uma desconstrução. Minha idéia era fazer alguma coisa ao modo de tapera. Alguma coisa que servisse para abrigar o abandono, como as taperas abrigam. Porque o abandono pode não ser apenas de um homem debaixo da ponte, mas pode ser de um gato num beco ou de uma criança presa em um cubículo. O abandono pode ser também de uma expressão que tenha entrado ao arcaico ou ainda de uma palavra. Uma palavra que esteja sem ninguém dentro. (O olho do monge estava perto de ser um canto.) Continuou: digamos a palavra AMOR. A palavra amor está quase vazia. Não tem gente dentro dela. Queria construir uma ruína para a palavra amor. Talvez ela renascesse das ruínas, como o lírio pode renascer do monturo.' E o monge se calou descabelado" (Manoel de Barros, poesia falada, v.8). "
-----Su: lindo!
É engraçado que para abrigar do abandono se tenha como objetivo construir algo “ao modo de tapera” o q engrandece o abandono do qual se trata! Porque tapera quer dizer:
“[Do tupi = 'aldeia extinta'.]
S. f. Bras.
1. Habitação ou aldeia abandonada.
2. Casa arruinada.
3. Fazenda inteiramente abandonada e em ruínas. ”
A meu ver essa palavra anda meio sozinha. A mistificação q se criou em torno dela encanta mais do q a realidade de vivê-la. E pela pressa de sentí-la acabam por correr atrás mais do título. O investimento pessoal fica nublado, à deriva, duvidoso... e quando a sensação de ser amado vai embora, vc fica sem saber se houve sentimento!
- "...E por falar em ruínas, um dos poemas de Ensaios Fotográficos fala do seu desejo de construir uma, mesmo sabendo que a ruína é o estado final da coisa. “Sou eu querendo desconstruir a própria linguagem, as palavras, querendo chegar ao simples”, afirmou.
(fonte: http://www2.uol.com.br/JC/_2000/0305/cc0305a.htm)
- Em entrevista diz:
"Havia um certo fascínio em mim por cidades mortas, casas abandonadas, vestígios de civilizações. Um fascínio por ruínas habitadas por sapos e borboletas. Eu gostava de ver alguma germinação da inércia sobre ervinhas doentes, paredes leprentas, coisas desprezadas. As fontes de minha poesia, estou certo, vêm de errâncias desurbanas."
"Exploro os mistérios irracionais dentro de uma toca que chamo 'lugar de ser inútil'."
(fonte: http://www.jornaldepoesia.jor.br/castel09.html)
2 comentários:
bom...vc se apaixonou pelo texto... q eu até to com medo de interpretar de um jeito diferente do seu ahhahah
o texto eh bonito msm...o exemplo citado de construir uma ruina pro amor..para ele renascer ... eh para akelas pessoas q esqueceram o significado da palavra...ou para as pessoas q nunca souberam o sgnificado da palavra
e realmente a palavra amor esta quase vazia...mas o sentimento amor..com certeza nao...esse ai ainda existe e sempre existira...pelo menos enquanto eu for vivo de espirito
bejSu
seja em ruinas seja renascendo o amor nao vai deixar de existir =D
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