sexta-feira, julho 25, 2008

O que há de bom na minha Cidade II

Já a caminhada de hoje só fui eu pela ciclovia. Ainda tentei chamar minha amiga Vivi (adorável!!) mas ela estava ocupada. Só não é a melhor opção quando já está de noite, nas férias (fica mais vazio) e com o tempo chuvoso!! O sentimento do dia foi: o medo.

Andava porque gosto muito e não estou cansada devido a faculdade. Sou minha viajante companhia ou desfruto da companhia dos outros. O ritmo era mais confortável do que propriamente "exercitante", embora naturalmente rápido.

Na ida, a minha esquerda, estava a antiga Rio-São Paulo e a direita, A Floresta! Vendo que o caminho tinha pessoas, ia mais ou menos com elas. Primeiro me deixei levar pela esquerda. Quanta coisa se faz naquela estrada! Se sai ou volta pra casa; leva-se a carga ou o doente; foge-se do pedágio ou se vai a um encontro; mexe-se com as meninas da ciclovia; quase se causa um acidente o q leva a muitos xingamentos pra compartilhar o susto (hehehe); passa-se numa viagem ou um ônibus vazio roda chamando por alguém... Estrada dinâmica, de mão dupla. Quando tudo parecer a mesma coisa, ela oferece o movimento de diferentes cores, gente e objetivos até se alcançar a monotonia das mesmas coisas que passam!!

Aí os olhos procuram outro lugar. O caminho do meio, a ciclovia. Qualquer um ali é inesperado, devido as condições (férias, nublado,noite). Uns mais ameaçadores, outros não, grupos inofensivos, corredores, caminhantes, um cão vira-latas (nunca vi um gato sequer!!). Dentre tantos, aqueles que você viu sua vida inteira, de longe te reconhecem, de perto falam contigo e quando se distanciam, tudo volta ao normal: mais uma distância entre vc e uma pessoa q vc nunca conhecerá além da vista! Mas não fui indiferente. É bom ser lembrado.

Até que a direita me chama... Primeiro vem um muro de terra, depois a ponte azul com a linha do trem, e em seguida um "barranco", descidas pra parte mais baixa da Floresta, q é o q acompanha 70% da via.
Negro, com os caminhos q levam pra dentro da mata fracamente iluminados, não parecendo levarem a lugar nenhum, nenhum! Fantasmagóricos postezinhos no início de cada um, com uma mísera lâmpada para tão longa trilha!!
No breu, tudo é esconderijo e sons de bichos (nesse caso, pequenos). Acompanhando o tronco de uma das finas árvores até o céu, supomos estrelas escondidas pelas nuvens pesadas, avermelhadas pelas luzes da cidadezinha. Os topos das árvores mostravam que todo o negrume não era uma coisa só. Elas recortavam em negativo a vermelhidão das nuvens.
Medo... mas ainda sim eu seguia em frente. Talvez tivesse mais medo se estivesse passando de carro e me imaginando largada do lado de fora, com os caçadores a minha espera. Isso me faz pensar que o medo de estar do lado de fora do carro seja mais o do abandono do que o perigo em si. Eu não me arriscava. A certa adrenalina era melhor do q estar em casa, num lugar tão são e salvo onde também nada aconteceria!!

Estava ficando frio. Minha pele esfriava mas eu sentia calor. A chuva começava a cair! Eu tanto esperava quanto torcia por ela!! Ter a alma lavada na rua seria um complemento pra tudo que eu deixava inspiradamente pelo caminho!! Qualquer um podia saltar da mata "do nada" (o que é subestimar um lugar tão cheio de possibilidades) e me errastar por todas as chances que me punham medo como o escuro, as cobras, os homens que só sabem tomar ao invés d conquistar... mas a minha passagem era exorcizante!! A minha endorfina, indispensável!! Até o fogo que começou a queimar no muro de terra fez parte da minha boa noite: me preocupou. E Cássia Éller não podia cantar pra mim:

"
Socorro, não estou sentindo nada
Nem medo, nem calor, nem fogo
Não vai dar mais pra chorar, nem pra rir"

Porque eu estava em busca das sensações, não desistiria dos sentimentos e nem fugiria de mim. Eu estou em tratamento. "Tomando a diversão como um remédio", diria Marcelo. E vendo quanto mundo tem ao meu redor além daquele q eu tinha eleito! Vendo que eu não sou como tentei ser porque sou mais feliz de outro jeito. Quero do meu lado quem é feliz comigo e não apesar de mim.


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