terça-feira, novembro 08, 2011

Quem cura é o organismo e a natureza

Então... será?
Destaque:

"Resgatar a tradição médica centrada no papel subsidiário do médico, ao admitir que quem cura é o organismo e a Natureza. O médico deveria essencialmente dar suporte aos processos de cura realizados pelo próprio organismo, e compreender as dinâmicas que mantêm a saúde, a coerência e a vida. Isso não tem nada de novo na história da medicina. A medicina sempre foi uma seguidora da natureza (physician: seguidor da physis) ou uma mediadora entre o homem e a natureza (medicare vem de mediar, trazer para o meio/equilíbrio). Entretanto, essa tradição foi rompida, no Século XIX, com a noção de germe específico/doença entidade específica, que permitiu a entrada da química estranha ao organismo (quimioterapia), e criou a medicina centrada na doença que responde à equação: um agente causal - uma doença específica - uma droga."


Texto na íntegra:

Apresentação


Bem vindo ao site do ARZT - Instituto de Medicina Integral, uma contribuição para o desenvolvimento do pensamento sistêmico/ecológico e de alternativas terapêuticas no campo médico.
O que é Medicina Integral?


O campo da Medicina Integral, orientado pelas novas contribuições da biologia complexa, pela tradição do conhecimento das medicinas tradicionais, e pela vasta produção empírica médica, oferece sua contribuição no sentido de superar o reducionismo e a simplificação do modelo de conhecimento mecânico-dualista, baseado na concepção de doença como entidade específica, da medicina oficial ou medicina acadêmica.




A concepção de integração e mudança está na base do processo de conhecimento da Medicina Integral. Nesse sentido, saúde é definida como capacidade do indivíduo interagir e ser capaz de dar respostas integradoras.




Mas, a Medicina Integral vai além e admite que o ser vivo é, em última análise, o resultado do seu processo integrativo e, assim, aprofunda a discordância com a corrente hegemônica na biologia e na medicina, que o concebe como resultante do seu material genético (genótipo). A Medicina Integral não despreza a importância do fator genético, apenas o redimensiona em relação ao fenótipo, lido como processo integrativo.




Na verdade, o indivíduo expressa apenas parte do seu potencial genético (5%), e essa expressão se dá, em grande medida, a partir dos seus processos integrativos, como a alimentação, o estilo de vida, cultura, interrelação pessoal, etc, como se pode comprovar nos estudos com gêmeos univitelinos. Nessa perspectiva, incorporamos a possibilidade de modular ou regular expressões genéticas que levam ao adoecimento.




O ser humano, além de interagir no plano biológico e ecológico como todo ser vivo, também o faz nos planos antropologicocultural e psico-espiritual. Portanto, a participação dos fatores genéticos (alteração estrutural do gen) no processo do adoecimento humano, seria bastante limitada, diante de situações fenotípicas (modulação do gen) como a poluição ambiental, as alergias, a dietética imprópria, o fumo, o alcool, as drogas, a violência social e familiar, o stress, etc.. Aliás, a medicina integral com essas concepções antecipou-se ao recente e promissor campo da Epigenética – ramo recente da ciência biológica que é definido como: "o estudo das mudanças hereditárias na função dos gens sem a mudança da sequência do DNA".




A Medicina Integral ao admitir a complexidade e a peculiaridade de cada indivíduo, assume o desafio de construir um conhecimento centrado na singularidade do indivíduo, caminhando, assim, no sentido oposto ao da medicina oficial, que valoriza os mecanismos gerais e os processos de enquadre do indivíduo em generalidades, como é o caso da diagnose da doença como entidade (ciência das doenças).




No plano da prática médica, o termo integral ganha o significado de integração, sem busca de hegemonia ou dominância, dos mais variados conhecimentos sobre o processo do adoecer humano e sobre a terapêutica. Integra na questão do adoecer humano tanto os saberes que privilegiam a estrutura (medicina anatômica e celular), quanto os centrados na função/padrão de desequilíbrio (medicinas tradicionais, medicinas funcionais, medicina de bioinformação), sem os maniqueismos da ideologia científica.




Na questão da terapêutica, acolhe e integra as contribuições das culturas e da experiência humana na tarefa de aliviar o sofrimento e restabelecer a capacidade do ser interagir e dar respostas integradoras/harmônicas. Nesse sentido, a Medicina Integral assume o caráter eclético.




Em resumo, a Medicina Integral, com o resgate do ser da enfermidade, afirma o seu vínculo radical com o humanismo médico, com a superação da dicotomia mente-corpo recupera o holismo, com a concepção microcósmica do homem afirma a sua filiação ao pensamento sistêmico/ecológico. Tudo isso orientado pela noção clara de que a medicina é uma doutrina/arte de inequívoca filiação ética, num claro contraponto ao pensamento que a concebe enquanto uma disciplina científica.





“Eu digo a você: uma pessoa que não sabe a verdade é simplesmente um tolo,

mas aquele que conhece a verdade e a trata como uma mentira, esse é um criminoso.”

Bertolt Brecht, A Vida de Galileu

Missão


Resgatar a tradição médica centrada no papel subsidiário do médico, ao admitir que quem cura é o organismo e a Natureza. O médico deveria essencialmente dar suporte aos processos de cura realizados pelo próprio organismo, e compreender as dinâmicas que mantêm a saúde, a coerência e a vida. Isso não tem nada de novo na história da medicina. A medicina sempre foi uma seguidora da natureza (physician: seguidor da physis) ou uma mediadora entre o homem e a natureza (medicare vem de mediar, trazer para o meio/equilíbrio). Entretanto, essa tradição foi rompida, no Século XIX, com a noção de germe específico/doença entidade específica, que permitiu a entrada da química estranha ao organismo (quimioterapia), e criou a medicina centrada na doença que responde à equação: um agente causal - uma doença específica - uma droga.




A partir daí medicina e indústria farmacêutica se dão as mãos para estabelecer a chamada medicina científica. Só recentemente a sociedade começa a tomar consciência para onde estamos sendo levados. A química que a medicina incorporou não foi a química das funções de acordo com Claude Bernard, mas a química estranha, do bloqueio das funções. Os microorganismos, segundo a teoria bacteriana monomórfica de Pasteur e Koch, foram concebidos como ameaças, e não como parte do processo de simbiose que sustenta a vida no organismo e no planeta. Ou seja, a hegemonia do pensamento químico tal como acima descrito, não considera a simbiose, nega-a e por isso se torna uma ameaça à vida nos organismos vivos e no planeta, pois a lógica do uso da química é a mesma na agricultura (agrotóxicos, adubos químicos, transgênicos), na medicina animal, e nos vários campos da relação do homem com seu ambiente. Calcula-se que cerca de 35% dos seres vivos de hoje estarão extintos em 2050. As abelhas estão em processo acelerado de desaparecimento. Em países como EUA e China as abelhas já estão sendo consideradas extintas. Só mesmo a esquizofrenia do nosso tempo pode admitir algum tipo de ufanismo em relação à saúde e à longevidade humanas, diante de evidências tão claras contra a vida. Atos contra a vida em grande medida perpretados pela perigosa química nas mãos não menos perigosas do homem desconectado da vida e da natureza.


FONTE: http://www.arzt.com.br/

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