"As memórias são como pássaros em vôo. Vão para onde querem. E podemos chamá-las que elas não vêm. Só vêm quando querem. Moram em nós, mas não nos pertencem."
Rubem Alves - em O velho que acordou menino.
"O medo é o que nos faz persistir. Já pensaste o que seria se não houvesse a falta, a ausência, que nos faz persistir em procurar? Seria o tédio avassalador a tomar conta de nós. A falta não é uma insuficiência, um defeito a que estaríamos condenados, ao qual nós próprios nos condenássemos. A falta é o que nos faz continuar. E o mais importante é aprender, o mais lindo. E a ignorância é a condição de aprender. Não saber e querer saber. É a minha contradição, o que completa o meu destino. (…) O que nos faz falta não é isto nem aquilo que sabemos o que é. O que nos faz falta é o amor que não se sabe. Estranha é a nossa condição, a vida que nos acompanha e que, de repente, nos deixa. Nem no fim saberemos o que fomos. O princípio é traiçoeiro. O fim jamais acontecerá. E quanto mais amamos menos sabemos da palavra amor, o que nos faz falta. Sentimos o que faz falta, o que é outra coisa. No amor, tudo nos faz falta. Tentar dizer o que é o amor, a ausência de nós, é como tentar dizer a um que não vê, qual é a cor do mar. Insistimos em saber. Devíamos desistir. Sabe-se lá do amor. E sem ele nada há. Tudo preenche, tudo ocupa, os lugares mais secretos, onde já nada esperávamos encontrar. Sim, sobretudo aí. É urgente aprender a sentir a falta que nos faz."
Pedro Paixão, in "Os Corações Também Se Gastam"
(...) E repito: andei pensando coisas sobre amor, essa palavra sagrada. O que mais me deteve, do que pensei, era assim: a perda do amor é igual a perda da morte. Só que dói mais. Quando morre alguém que você ama, você se dói inteiro(a)- mas a morte é inevitável, portanto normal. Quando você perde alguém que você ama, e esse amor - essa pessoa - continua vivo(a), há então uma morte anormal. O NUNCA MAIS de não ter quem se ama torna-se tão irremediável quanto não ter NUNCA MAIS quem morreu (...)
(...) Depois, pensei também em Adèle Hugo, filha de Victor Hugo. A Adèle H. de François Truffaut, vivida por Isabelle Adjani. Adèle apaixonou-se por um homem. Ele não a queria. Ela o seguiu aos Estados Unidos, ao Caribe, escrevendo cartas jamais respondidas, rastejando por amor. Enlouqueceu mendigando a atenção dele. Certo dia, em Barbados, esbarraram na rua. Ele a olhou. Ela, louca de amor por ele, não o reconheceu. Ele havia deixado de ser ele: transformara-se em símbolo sem face nem corpo da paixão e da loucura dela. Não era mais ele: ela amava alguém que não existia mais, objetivamente. Existia somente dentro dela. Adèle morreu no hospício, escrevendo cartas (a ele: "É para você, para você que eu escrevo" - dizia Ana C.) numa língua que, até hoje, ninguém conseguiu decifrar (...)
Caio F.
Su:
Pra mim é como uma morte. E o que restou existindo é alucinação. Entre PareceR e Ser há um abismo! Por quanto tempo se consegue ignorar um abismo sem transformá-lo num oceano? A sorte é q a minha perda foi completa: quem eu amei não existe. Ai daquele q se perder pela metade!
(Estava falando isso ontem com Rafaella!! Mt bom o texto!!)
fonte: Literatus
2 comentários:
ai...nao to entendendo nada...dps me explica como se ve isso....UAHuAhAH
na verdade nem sei onde isso vai aparecer....nem sei se vc vai ler...mas o q vale é a intençao né?!?!?
bjo bjo bjo!
e ond eu entro nessa historia hein?!?!?
¬¬
UAHUAhAH
caraca...nao to entendendo nadinha....
como sou lesado né?!?
bjoooooooooo
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