quinta-feira, fevereiro 05, 2009

Quando o samba chama
(Paulinho da Viola)



Quando o samba chama
Ela vem, mas
Se deseja e some, não
Tão imprevisível chega e logo sai
Vive provocando sobressaltos
No meu coração
Que não tem coragem de renunciar
Ao prazer de uma velha paixão
O que era um sonho
Pétalas no mar
Logo é pura transpiração

Solidão é sombra maior entre gente
Se algum pensamento que vem não seduz
O poeta declina
Daquilo que ele não sente
E o silêncio é o peso que ele conduz
Mas se o tempo se acha no sol do poente
E do céu se retira um pedaço do azul
O poeta ressurge
E lança no ar a semente
E reparte feliz a sua luz

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