sábado, novembro 29, 2008

Veneta
Chico Buarque

Como num conto de fada
Ou como alguém rolando a escada

Vou pra civilização
Cabeleira incendiada
No barranco, na boléia
Uma candeia em cada mão
Eu quero um amor de primavera
Procuro letreiro de néon
Pretendo zoar a noite inteira
Preciso encontrar um homem bom
Que me deixe louca a chorar pitangas no breu
Que me beije a boca na laje do arranha-céu

E se a vida tomar jeito
Vou andar no parapeito

Com vestido de lamê
Ou sentar na esquina da fome
Da guimba, do desdém
Da gangue da Praça da Sé
Eu quero um amor de primavera
Procuro letreiro de néon
Pretendo zoar a noite inteira
Preciso encontrar um homem bom
Que estenda um tapete vermelho e me beije a mão
Que me arranque a roupa no meio da multidão


Su: chorar as pitangas no breu. Porque nada vai ser como nos contos de fadas. É mais fácil rolar as escadas. Não q os contos sejam o meu ideal mas expressam algumas coisas q pareciam boas e não tão improváveis. Q me faça chorar as pitangas então vem mais com um sentido de q me faça sentir muito, gostar demais já q chorar é inevitável. Não existe "feliz" pra sempre. Existe "feliz" várias vezes. Q esse homem seja bom.

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